terça-feira, maio 31, 2005

FEIRA (2)

Sempre suspeitei que a Feira do Livro de Lisboa encerra em si qualquer coisa de ‘Franca’. Porque outro motivo se divulga tanto a realização de uma feira onde as editoras pouco ou nada apostam em novos lançamentos literários, onde os preços praticados pouco ou nada diferem das livrarias e o negócio se resume ao escoamento de stocks? É verdade é que a Feira do Livro de Lisboa através da venda directa do editor ao consumidor, permite uma poupança significativa às editoras com a eliminação das margens de distribuição. Mas também é verdade que a poupança verificada não se traduz em preços de capa mais baixos. Então porquê a Feira? Cá para mim e aqui entre nós que ninguém nos ouve, o negócio está nas vendas directas. É que são tão directas, que até o próprio Estado fica de fora. E assim, com a cumplicidade de todos nós, a Feira do Livro de Lisboa ganha razão de existir. Não fosse este um país onde ‘o segredo é a alma do negócio’ e a palavra ‘Franca’ apareceria orgulhosamente escancarada depois da palavra ‘Feira’ e antes da palavra ‘Livro’.

1 comentário:

mfc disse...

É verdade o que dizes, mas já se tornou um ritual deslocarmo-nos à Feira do Livro.... e acabamos sempre por encontrar algo que procuravamos.
Sim,porque só compro o que quero e preciso.