sexta-feira, março 19, 2004

O CRISTO DE GIBSON



Movido apenas pela curiosidade, resolvi ir ver “A Paixão de Cristo” de Mel Gibson. Por já ter lido sobre a polémica, que acho que funcionou muito bem para efeitos de marketing, já esperava uma narração forte, em termos de imagens. Sinceramente, achei o filme de uma violência desproporcionada. Céptico relativamente aos acontecimentos sobre a vida de Cristo tal como se encontram narrados nos Evangelhos, considero que o realizador, sem acrescentar nada de novo à história, imprimiu demasiado a sua fé na obra, centrando o filme em imagens de sofrimento (paixão?) que ultrapassam todos os limites humanos. O Cristo de Gibson personifica o fanatismo religioso e serve perfeitamente os propósitos de uma igreja católica manipuladora, que aliás não impôs qualquer censura, apesar da extrema violência do filme. Não sei se os fins justificam os meios, mas parece-me ter sido essa a intenção do realizador. Eu continuo a preferir o Cristo de Scorcese, que talvez se aproxime mais da realidade, por nos dar uma faceta mais humana da figura de Jesus Cristo.

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