sexta-feira, outubro 29, 2004

NOTAS BEDEFILAS 18



Por Toutatis! Asterix e Obelix fazem hoje 45 anos. Criados pela dupla René Goscinny e Albert Uderzo, estes heróis gauleses de banda desenhada surgiram pela primeira vez nas páginas da revista “Pilote” com as aventuras de “Asterix, o Gaulês”. Com mais de 300 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo, a base do sucesso destes personagens é uma ‘poção mágica’ de muita criatividade e bastante humor. Em Portugal, com a recente passagem dos direitos da Meribérica para a ASA, a data será comemorada com a reedição de todos os títulos, os primeiros dos quais, já em Novembro. De salientar, o pormenor das primeiras edições de cada álbum terão um selo branco de certificação e respectiva numeração (de I a MMM) na última página. Mas a edição mais esperada é "Astérix e o Regresso dos Gauleses", título inédito em português que chega também em Novembro às livrarias e que reúne histórias curtas - a maior parte ainda escritas por Goscinny - que foram sendo publicadas em várias revistas francesas desde a década de 1960. Um novo álbum, só deverá chegar às livrarias daqui a um ano e do qual Uderzo apenas revelou que "possivelmente o bardo não será amarrado e amordaçado no banquete final".

quarta-feira, outubro 27, 2004

NOTAS BEDEFILAS 17



Apesar de ter escrito este texto no Domingo, a força das circunstâncias só agora me permitiu publica-lo. A critica continua actual!

Impressões sobre um festival:
Aproveitei o Domingo chuvoso para me aventurar nas estradas da Amadora em busca do festival de Banda Desenhada que decorre naquela cidade. Apesar de ter-me deslocado de carro, não foi difícil dar com a estação de Metro da Falagueira. A organização esmerou-se na colocação de palcas a indicar o local! Fácil estacionamento e entrei no mundo da fantasia.

Agradável surpresa foi a oferta do bilhete logo à entrada. Segundo me informaram, uma decisão da organização face a alguns problemas (não especificados) que haviam surgido. Desconfiado, entrei. Se calhar por não estar muita gente, o espaço destinado ao festival pareceu-me amplo e arejado, mas após alguns minutos na fila para autógrafos deu logo para reparar que as condições não são assim tão boas. A falta de ar condicionado ou de janelas para o exterior aliado às luzes de holofotes, transformou a sala central numa verdadeira sauna. Queixavam-se os autores e os leitores. Entre os autores, destaco a presença de Achdé e de Gerra, os novos autores, desenhador e argumentista respectivamente, de Lucky Luke, que tiveram a gentileza de me assinar o novo álbum do cowboy solitário “Lucky Luke no Quebeque”, um lançamento das Edições Asa. Não posso deixar de referir a ‘pujança’ do stand desta editora que se afirma cada vez mais como uma líder no mercado de banda desenhada, num ambiente de absoluto contraste com o triste stand da ‘moribunda’ Meribérica-Liber. Esta, mais uma vez não lançou qualquer álbum novo, digno de registo, apesar dos títulos que ainda mantêm ‘em carteira’, nomeadamente a série ‘Blueberry’. A imagem dos dois stands, localizados frente-a-frente, dá-nos uma imagem bastante forte de quem manda actualmente na Banda Desenhada em Portugal. Rei morto, rei posto!

Uma nota negativa foi a falta de pagamento por Multibanco. Num festival desta dimensão, onde as editoras, supostamente, aproveitam para lançar novos títulos e recuperar outros, esta falaha revela algum 'amadorismo' da organização. Está bem que existe uma caixa Multibanco à entrada, mas nunca fiando, o melhor é mesmo levar a carteira cheia de ‘verdes’. Como passei metade do tempo na conversa com pessoas amigas e a outra metade nas filas para autógrafos (Johann de Moor, Seth Fisher, Ricardo Leniers e José Carlos Fernandes) não vi qualquer exposição. Fica marcada para uma segunda visita, afinal nunca se deve ver tudo numa primeira vez.

Mas o pior estava para chegar: no final, quando me preparava para me vir embora e solicitei um programa do festival para os 15 dias, informaram-me que não havia. Distracção ou desorganização? Assim, desconheço quais os autores que vão estar presentes nos fins-de-semana seguintes. Mais, Quando perguntei pelo WC, fui de novo surpreendido. Disseram que não havia e que deveria utilizar as instalações sanitárias existentes um piso abaixo na estação de metro. Percebi então, no final da minha visita, o porquê de me terem oferecido a entrada. Mais um ano, mais uma nota negativa para a organização. Ou muito me engano, ou este festival, com 15 anos de existência, deve estar próximo do seu fim. Ou será que alguém me consegue explicar, porquê que ano após ano, a organização do FIBDA vai piorando?

terça-feira, outubro 26, 2004

COMPUTADOR K.O.

A emissão segue via portátil dentro de momentos...(espero!)

sexta-feira, outubro 22, 2004

A QUEDA DE UM DITADOR!



O Fidel caiu! Calma, porque ainda não foi desta que Cuba passou a um Pais livre. O que aconteceu foi que o ditador caiu literalmente no chão, espalhou-se ao ‘comprido’ ao descer de um palanque depois de terminado mais discurso. Teme-se agora pela vida dos trabalhadores que montaram o palanque!
NOTAS BEDEFILAS 16



Começa hoje o 15º Festival de Banda Desenhada da Amadora. Bem procurei uma imagem do cartaz oficial do certame, mas nada. A Internet ainda não é um meio de comunicação privilegiado em Portugal. A grande novidade deste ano do festival é a sua localização, na nave comercial da estação de Metro de Amadora-Este (Falagueira). Apesar de não conhecer ainda o local, posso já garantir que foi uma escolha feliz, dado que as instalações da Escola Intercultural onde se realizaram as últimas três edições, deixava muito a desejar. A exposição deste ano dá o seu maior destaque às “100 BDs do Século XX”, que resulta de um inquérito mundial elaborado pelo Comissariado que abrangeu críticos, directores de festivais e de centros de BD e outros especialistas de 21 países. Da recolha das votações, resultou que os 10 primeiros lugares estão ocupados pelas seguintes Bandas Desenhadas: Tintin, Batman, Corto Maltese, Asterix, Little Nemo, Maus, Blueberry, The Spirit, Peanuts, Krazy Kat, Donald Duck (Pato Donald) e Uncle Scrooge (Tio Patinhas). Será, certamente, possível fazer uma retrospectiva do que de melhor foi feito em banda desenhada ao longo do século XX.
Para alem das mostras individuais de André Carrilho, Luís Louro, Seth Fisher e colectivas de autores argentinos e flamengos, destaco a presenças confirmadas dos seguintes autores: Seth Fisher (EUA), Johann De Moor (Bélgica), Miguelanxo Prado (Espanha) e de Gradimir Smudja (Ex-Jugoslávia) entre outros. Pronto, já sabem que de 22 de Outubro a 7 de Novembro, das 10 às 22 horas, a festa da BD faz-se na Amadora.
Da minha parte estão prometidas várias visitas ao festival, até porque as sessões de autógrafos assim o determinam. Depois vou escrevendo aqui as minhas impressões.

quarta-feira, outubro 20, 2004

MAL SERVIDO! (1)

A primeira entrada nos Serviços Suspeitos vai, infelizmente, para uma das minhas lojas de consumo preferidas. Diz o povo com razão “no melhor pano cai a nódoa”, mas não posso deixar de criticar aqui a politica da FNAC para Portugal relativamente a preços, no presente caso, de dvd’s. Um comentário deixado neste blogue relativamente a uma compra minha do pack da trilogia da ‘Star Wars’ alertou-me para o facto da FNAC, no mercado português praticar um preço bastante superior quando comparado com Espanha ou França. Concretizando: após pesquisa verifiquei que a FNAC Portugal vende o dvd da trilogia ‘Star Wars’ ao preço de € 69,95; a FNAC França vende o mesmo artigo a € 49,99; enquanto que a FNAC Espanha o vende por apenas € 49.95 ! Mas o que é isto ??!! Sabendo que Portugal tem um dos mais baixos rendimentos médios da Europa, como é que é possível haver diferenças, para o mesmo produto, de quase 20 euros? Foi isto que perguntei num email enviado para o serviço de clientes da FNAC no dia 4 de este mês. Até hoje não recebi qualquer resposta. Elucidativo não ? Pelo 'abuso', a FNAC entra directamente para primeiro lugar dos “Serviços Suspeitos”. Continuarei a ser cliente, mas dvd’s na FNAC não obrigado!

Curiosamente, recebi à poucos dias atrás uma carta da FNAC a enviarem-me o novo cartão de cliente, cuja substituição me habilita a ganhar 1.000 € em cheques oferta, bastando para isso preencher um cupão a descrever o cartão FNAC ideal. Mesmo a propósito, resolvi habilitar-me com a seguinte frase: “ O cartão FNAC ideal é aquele que permite ao cliente comprar em Portugal dvd’s aos preços praticados em Espanha ou em França! ”. Ora tomem lá!!!
MAIS SERVIÇO PÚBLICO

Inspirado pelo Jumento, resolvi criar uma coluna com o arquivo das crónicas sobre empresas que, por experiência própria, considero que prestam um MAU serviço aos seus clientes. O arquivo vai chamar-se “Serviços Suspeitos” e fica colocado na coluna do lado direito logo depois das “Notas Bedefilas”.
OS SUSPEITOS DO COSTUME



Numa demonstração de serviço público, quer o autor deste blogue, informar os seus leitores que passa hoje na TVI às 00.15 o filme “Os Suspeitos do Costume” de Bryan Singer. Mais informo que o visionamento deste filme é obrigatório para o currículo de qualquer cinéfilo que se preze. Para os mais observadores, não existe coincidências, o título do filme inspirou o nome deste blogue. Afinal trata-se de um dos meus filmes preferidos ou eu não estava para aqui a gastar letras do meu teclado.
Se a historia é brilhante, a magnifica interpretação de Kevin Spacey no papel de 'Verbal' Kint, valeu-lhe mesmo o Óscar para o melhor actor secundário. Acrescento ainda que este filme encontra-se em 18º lugar no TOP 250 dos melhores filmes votados no IMDB.
A excelente proposta da TVI apenas peca pela hora tardia a que se inicia. Mas se devido às aventuras do ‘Conde de White Castle’ que ocupam os ‘prime-time’ da programação, já nem o prof. Marcelo tem direito ao seu tempo de antena, o melhor nem é protestar é mesmo gravar. Eu, por mim, já sei que me vou deitar às duas e tal da manhã.

segunda-feira, outubro 18, 2004

NÃO MERECEMOS!

No rescaldo do jogo Benfica-Porto, não queria aqui escrever sobre futebol, porque já basta viver as emoções, quanto mais falar delas. Mas não resisto. Depois de ouvir a ‘palhaçada’ da conferência de imprensa pós-jogo dos responsáveis do Benfica, nomeadamente Filipe Vieira e José Veiga, não consigo evitar, porque não sei se nos julgam estúpidos ou são estúpidos por natureza! As provocações e as desculpas de sempre para encobrirem a incompetência. Primeiro sobre o jogo propriamente dito. Reconheço aqui a superioridade do futebol praticado pela equipa das Antas, pelo que não compreendo a necessidade daquele ‘roubo de igreja’. Vitórias assim não prestigiam os seus vencedores. Quanto ao ‘frango’-que-entrou-e-não-contou de Vítor Baia, apenas digo: razão tem Scolari!

Agora o que interessa, o Benfica. Perdoem a franqueza deste associado, mas o clube está uma merda! Voltou ao tempo da pedra, ou seja, é hoje a imagem do seu presidente, um construtor civil. Este em conjunto com o ‘pedreiro’ Veiga arrastam o nome do Benfica para ‘ajustes de contas’ pessoais e ridículos com Pinto da Costa, contratam vários jogadores que juntos não fazem um, contratam um reformado senil para treinador do clube, constituem um plantel de solteiros & casados que pouco sabe jogar à bola, conclusão: assim nunca havemos de ganhar nada! O Benfica está doente, sofre de um cancro tipo VV (Vieira & Veiga) que se instalou no seio do Glorioso. Costuma-se dizer que o primeiro passo para combater uma doença é reconhece-la que existe, pelo que pergunto para quando um diagnóstico? Se é verdade que hoje os sócios e simpatizantes do Benfica não mereciam a arbitragem que o jogo teve, também não é menos verdade que já há algum tempo o clube não merece os dirigentes que têm!

domingo, outubro 17, 2004

SLB, SLB, SLB!!!


PARTICIPAR!

Hoje levantei-me cedo e fui dar uma ‘corridinha’. Bem, a ‘corridinha’ foi de 6 quilómetros e chamava-se mini-maratona ribeirinha da Moita. Não me pareceu mal, passar mais uma manha de Domingo a correr, apesar de hoje não ter sentido muito bem. Demorei (tempo não oficial) cerca 35’ 06’’ a correr os seis mil metros. Não sei se foi do estômago cheio, ou das dores nos gémeos, ou de qualquer outra desculpa que arranjei para mim, mas efectuei um tempo completamente fora dos meus objectivos. Pior, se a parte física reclamou durante a prova, agora encontra-se a queixar-se. Continuo a correr atrás da forma física, o que me ‘obriga’, por enquanto, a correr sob a máxima ‘o importante é participar’!

sexta-feira, outubro 15, 2004

O VICIO DA PROIBIÇÃO

O Governo prepara um conjunto de medidas anti-tabagismo, entre as quais se encontra a proibição de venda de tabaco a menores de 18 anos. O que à primeira vista parece uma excelente medida, a mim soa-me a uma ‘americanização’ de leis, que passa sobretudo por proibições. Não compreendo esta tendência de importação de formas de pensar, quando a cultura, modos de vida e formas de estar europeus são completamente diferentes.

Se atendermos ao efeito prático da medida, vejo-a mais como uma desresponsabilização do Estado. Com uma simples lei, o Estado passa as responsabilidades para os donos dos cafés e de máquinas de tabaco quando devia investir na formação e na informação dos jovens; cria uma lei de efeito mediático e resultados duvidosos quando devia apostar na criação de condições e estruturas para que os nossos jovens pudessem desenvolver as suas capacidades físicas, intelectuais ou artísticas. Basta olhar para os grupos de rapazes e raparigas parados às portas das escolas, para perceber que quando não se têm anda para fazer, os cigarros aparecem sempre. Não percebo o porquê do atalho da proibição quando o caminho devia passar pela responsabilização.

E se fumar é um perigo real para a saúde e o combate ao tabagismo é para levar a sério, porque não se corta o ‘mal pela raiz’ e se proíbe definitivamente, não a comercialização ou a venda de tabaco, mas sim a produção de cigarros? Enquanto o Estado continuar a jogar dos dois lados, se por um lado proíbe, por outro continua a ser o maior beneficiário com a venda de tabaco, via impostos, estas leis destinam-se somente a transformar-nos numa sociedade de proibições, onde qualquer dia não haverá lugar para as liberdades individuais.

quinta-feira, outubro 14, 2004

VER FUTEBOL!

Fui Quarta-Feira a Alvalade para assistir ao que pensava ser um jogo de futebol de qualificação para o Mundial de 2006. Acabei por ver Portugal a fazer um jogo treino porque afinal, os responsáveis da selecção russa depois de assistirem ao último jogo de Portugal, resolveram apenas enviar uma equipa de reservas para dar conta do caso. Fizeram bem, porque se aquela equipa que jogou fosse a selecção principal, não havia memória para uma humilhação tão grande. Portugal esteve naqueles dias em que tudo corre bem. Quando isto acontece não há nada a fazer. Cria talvez a ilusão que somos os maiores do Mundo. E assim, as bestas passaram a bestiais. É por causa disto, que Portugal merece o público que têm e vice-versa. A mesma selecção que é humilhada pela equipa do Liechtenstein, teoricamente o adversário mais fácil do grupo de qualificação, é a mesma que humilha a selecção russa, teoricamente o adversário mais difícil do grupo de qualificação. É o problema das teorias! Eu fui ver o jogo, não pela selecção, porque afinal continuo descrente, sofro ainda do sindroma grego, mas pela rara oportunidade de ver ao vivo o ‘puto’ a jogar. Agora que o Rui Costa já não faz parte, a minha atenção vira-se para Cristiano Ronaldo. Com artistas destes à solta no relvado, nem quero saber de resultados. Quero é ver futebol!

segunda-feira, outubro 11, 2004

NOTAS BEDEFILAS 15




Quero aqui deixar o registo do cruzamento de duas formas de coleccionismo. Numa excelente iniciativa conjunta da Bedeteca de Lisboa e dos CTT – Correios de Portugal, foi lançada este mês uma emissão filatélica comemorativa dos “Heróis Portugueses de Banda Desenhada”. A feliz associação entre selos e banda desenhada traduz-se num excelente convite a descobrir não só a riqueza da filatelia portuguesa bem como o maravilhoso mundo da 9ª arte portuguesa.

No total foram escolhidos 8 heróis, quatro para selos individuais: Quim e Manecas (1915) de Stuart de Carvalhais, Simão Infante (1946) de Raul Correia e Eduardo Teixeira Coelho, Guarda Abília (1998) de Júlio Pinto e Nuno Saraiva e os quatro elementos que compõem A Pior Banda do Mundo (1999) de José Carlos Fernandes; e ainda para um bloco com quatro selos: Tomahawk Tom (1952) de Vítor Péon, o Espião Acácio (1977) de Fernando Relvas, Pitanga (1985) de Arlindo Fagundes e Jim del Monaco (1981) de António Simões e Luís Louro.

Segundo os responsáveis, os critérios definidos para a escolha destes heróis “foram a importância das personagens e dos autores na história da bd portuguesa e a abrangência de várias épocas, géneros, temáticas e estilos. Assim, foram escolhidos heróis divertidos, indómitos, ingénuos, inteligentes, desconcertantes, invencíveis ou, simples e surpreendentemente, humanos, bem humanos, tão próximos, afinal, das nossas vivências, dúvidas e problemas.”

domingo, outubro 10, 2004

O HOMEM DA MARATONA

Sem qualquer preparação, participei hoje numa mini-maratona de 10 quilómetros, entre Algés e Oeiras numa excelente organização da Câmara Municipal de Oeiras (os créditos são devidos!). Corri com mais dois amigos, um deles já quase um profissional do quilómetro. Tinha estabelecido como objectivo principal terminar a prova com um tempo próximo dos 50 minutos. Como jovem inconsciente que sou, achei que era bastante razoável. Afinal o tempo de referência que tinha (à volta dos 59 minutos mal contados) provinha da participação na mini-maratona de Lisboa (8 quilómetros) há dois anos atrás. Mas hoje, depressa descobri no ‘sarilho’ que me tinha metido. Por volta do quilómetro quatro, apercebi-me que o meu principal adversário não era o cronómetro, o receio da chuva, os meus amigos ou sequer os restantes participantes. O meu principal adversário era eu próprio. Durante grande parte da corrida, lutei num plano psicológico contra a minha vontade física de parar e simplesmente concluir a prova a andar. Ainda não percebi onde fui buscar forças para ter feito a prova sempre a correr. Hoje posso dizer que testei os meus limites. Aproveitei tudo para me motivar, a vista da marginal, as participantes femininas, os placares com as indicações dos quilómetros percorridos, os abastecimentos e os incentivos das pessoas que assistiam à prova. O alívio e a alegria que senti quando passei na linha de chegada não consigo traduzir por palavras. Nunca suei tanto por uma t-shirt. Corri 10 mas pareceram-me 42 quilómetros. Senti-me um homem da maratona. E se calhar tomei-lhe o gosto. Resolvi que vou participar de forma mais regular, juntamente com os meus amigos, nas próximas provas que se realizarem aqui em Lisboa e arredores. Mas aprendi a lição, vou-me preparar devidamente. O importante é participar, mas não quero ‘morrer’ a meio da prova. For the record deixo aqui a indicação que a minha participação foi cronometrada com o tempo oficial de 58’14’’

A título de curiosidade, o título deste 'post' foi roubado de um excelente filme realizado por John Schlesinger em 1976 e que conta com a participação de Dustin Hoffman!

sábado, outubro 09, 2004

PARA ONDE VAIS PORTUGAL?

O ridículo passou a ser incontornável, porque infelizmente, para nós, portugueses, transformou-se em ‘caso nacional’. Eu mantenho a minha convicção que tudo isto não passa de, mais um, “jogo político” de Marcelo Rebelo de Sousa, porque caso contrário porquê o silêncio?

Veículos de informação independentes onde possa exercer liberdade total de expressão para esclarecer toda esta situação, não lhe faltam, mas isso também não lhe interessa, porque afinal Portugal já ‘embarcou’ em mais um ‘quase obsceno’ e ridículo ‘fait-divers’. Com a colaboração do Presidente da Republica, das televisões, das primeiras páginas de jornais e dos comentários daqueles que não querem ser esquecidos, resulta melhor para os interesses particulares do professor, quinze dias de silêncio do que quatro anos de comentários.

O problema que se coloca é a falta de lucidez dos ‘nossos’ governantes para verem que as prioridades do país passaram para segundo plano. A combate à pobreza que afecta dois milhões de portugueses, à incompetência que grassa na Educação, à privatização da Saúde ou ainda a falta de meios para um combate eficaz ao paraíso fiscal em que Portugal se transformou, são pormenores quando comparados com o ‘caso’. Portugal vive para os ‘casos’, sejam eles do mundo da política ou do futebol. Desta vez, serviu também, para revelar, mais uma vez, a inaptidão dos ‘nossos’ políticos para serem dignos representantes da Republica. Portugal continua sem rumo!

Chegamos a um ponto, que se por azar o território de Portugal continental se desprendesse da Península Ibérica, ficaríamos perdidos ao sabor de ventos e marés, à deriva em pleno Oceano Atlântico, tal a falta que nos fazem políticos sérios, homens de antigamente!

quinta-feira, outubro 07, 2004

CRITICA AO CRITICO

Há muito que já tinha desistido de ouvir aquele monólogo aos Domingos no Jornal da Noite da TVI, porque achava que faltava ali alguém que dissesse ao Professor que quando teve a oportunidade de pôr em prática o que defende na teoria, ele tinha falhado. Liberdade de expressão, falta de? Não acho! Afinal a TVI (ainda) é uma empresa privada e Portugal é (ainda) uma democracia. O problema é: quem critica não gosta de ser criticado! Em tempos de renovação, o Martelo foi-se!

terça-feira, outubro 05, 2004

A VILA



Evitei ler qualquer coisa escrita sobre o filme. Não queria ser influenciado e não gosto de fazer exercícios mentais a imaginar desfechos. Assim retiro um maior prazer de finais surpreendentes e coerentes. M. Night Shyamalan é um realizador que já me habitou a isso. Por esse motivo aprecio a sua obra. O seu último filme ‘A Vila’ (‘The Village’ na versão original) é mais um perfeito exemplo seu enorme talento como argumentista e realizador. O filme é excelente! Uma história bem conseguida sobre os ‘nossos medos’ com um final surpreendente, mais uma vez.

Confesso, no entanto, que esperava um filme dito ‘assustador’, estava talvez, influenciado pelo trailer que já tinha visto. A sensação que fiquei apontava para um filme de terror puro. Não é o caso. O que não impede que não seja um excelente filme, com o habitual "twist", na linha do que o realizador já nos tinha habituado. Nada se perde. As emoções estão lá e o jogo de cores amarelo/encarnado só reforçam a ideia. Para não correr o risco de escrever de mais, destaco só as interpretações de Bryce Dallas Howard (Ivy Walker) e Adrien Brody (Noah Percy). Atribuo ao filme a nota de 8 em 10. Recomendo vivamente!
DE VOLTA

Estou de regresso a estas lides bloguistas, após alguns dias de afastamento não intencional. O meu problema é eterno: os dias no planeta Terra não têm 48 horas, logo tenho falta de tempo. Confesso que tambem sempre tive uma grande dificuldade em lidar com 'o' tempo. Tudo o que resulta de relógios, prazos, horários desperta em mim uma animosidade inexplicável. Acho que não é defeito, é feitio! Bem, estou de volta!