domingo, agosto 31, 2003

Cumplicidades

Não sou um viciado mas admito ser um utilizador compulsivo. Assumo que a internet faz parte da minha vida, mas ainda não preciso de frequentar grupos de apoio. E desde que descobri estes mundos de liberdade que são os weblogs, a minha ‘navegação’ alterou-se por completo. Não peço licença para entrar. Simplesmente entro.
A leitura diária de alguns blogs ou blogues (como queiram) (alguns mantenho um link nesta página outros encontram-se guardados nos meus favoritos) tornou-se quase obrigatória. Tenho uma preferência por aqueles que se manifestam num partilhar de gostos, impressões, vivências ou opiniões e que são colocados por nomes sem caras. E assim estabeleço uma cumplicidade anónima, que por vezes se traduz num comentário ou num link. Gosto de um mundo assim. De cumplicidades. Através do Pipi mantenho a boa disposição, é sem dúvida um blog que 'sem ultrapassar o risco' me faz rir. Já no Fight-Club leio com prazer pontos de vista numa escrita simples. Em segredo olho para a Lua e folheio um diário. Enquanto o Diabo não tem dado noticias, com a Bola na Área corre-se 90 minutos. O discurso do Pintainho deixa-me desnorteado. Do lado de cá a vida é feita de comentários. E assim através de ‘clicks’ e ‘links’ vou descobrindo este Novo Mundo. E como gosto, vou ficar por cá!

Aproxima-se nova temporada cinematográfica

- The Lord of the Rings: The Return of the King de Peter Jackson
- The League of Extraordinary Gentlemen de Stephen Norrington
- Kill Bill de Quentin Tarantino
- Matrix Revolutions
- Shrek 2
- In the Cut de Jane Campion
- The Álamo de John Lee Hancock
- The Last Samurai de Edward Zwick

Foi você que pediu um choque fiscal ?

Parece que o nosso Primeiro-Ministro e a Ministra das Finanças preparam medidas para a recuperação de Portugal, começando por uma redução de impostos para as empresas, no âmbito do Orçamento de Estado para 2004, ao baixar o IRC dos actuais 30 para 25 por cento. Acontece que em Portugal, segundo dados oficiais, cerca de 80% das nossas empresas não pagam IRC por usufruírem de benefícios fiscais ou por apresentarem prejuízos fiscais sucessivamente. Quem paga vai pagar menos, quem não paga continua sem pagar. Assim, deve-se interpretar as palavras do nosso PM da seguinte forma: “não perguntem o que é que o vosso País pode fazer por vocês, mas sim o que vocês – os contribuinte singulares – podem fazer pelo vosso País”. A resposta é óbvia!

sexta-feira, agosto 29, 2003

10 +

- Jaws (Tubarão) de Steven Spielberg
- The Usual Suspects (Os Suspeitos do Costume) de Bryan Singer
- Se7en (Sete Pecados Mortais) de David Fincher
- Pulp Fiction (Pulp Fiction) de Quentin Tarantino
- Alien (Alien - O 8º passageiro) de Ridley Scott
- A Clockwork Orange (A Laranja Mecânica) de Stanley Kubrick
- The Dead Zone (Zona de Perigo) de David Cronenberg
- The Lord of the Rings: The Two Towers (O Senhor dos Anéis: As Duas Torres) de Peter Jackson
- Dead Poets Society (O Clube dos Poetas Mortos) de Peter Weir
- The Godfather (O Padrinho) de Francis Ford Coppola

quarta-feira, agosto 27, 2003

Adeus Liga dos Campeões

Será que existe remédio para a tristeza ?

Planeta Vermelho

A curiosidade atraiu-me ao terraço do meu prédio, para olhar o céu. A olho nú consegui ver um ponto mais brilhante que todos os outros. Dizem os especialistas que é Marte a pouco menos 60 milhões de quilómetros(!) e que esta é a sua maior proximidade da Terra em quase 60 mil anos(!). Eu acreditei!

Se

O regresso à rotina das “9 às 5” não tem sido fácil. Grande parte do meu dia útil fica ocupado. Logo tenho menos tempo para mim! São mil e umas situações a exigir cada uma atenção especial. Nestas alturas, lembro-me do já falecido Prof. Agostinho da Silva quando dizia que “O Homem não nasceu para trabalhar, nasceu para criar”. Não podia ter mais razão! Se eu pudesse viver do ar!

segunda-feira, agosto 25, 2003

Futebóis

A convite de um amigo fui ver o Estrela de Amadora – FC Porto à Reboleira para um camarote. Apesar dos bilhetes para sócios do Estela serem de apenas € 3,00 o estádio apresentava-se quase vazio. A única massa humana compacta era a claque do Porto. Ao olhar para as condições em termos de conforto e segurança que este estádio (e provavelmente muitos outros por esse pais fora) oferece ao público, percebo perfeitamente a opção dos portugueses pelo sofá e televisão em casa.
É verdade, o resultado do jogo de hoje (ontem) foi um justíssimo empate a uma bola.

domingo, agosto 24, 2003

Fiesta

Daqui a uma semana, por esta hora, já devo estar de copo na mão (o calor assim o obriga!), acompanhado de um bom grupo de amigos (mais uma vez devem lá estar todos!), a tentar dançar umas sevilhanas no 'sempre cheio' bar A Forja em Barrancos. Agora que “a questão de Barrancos” deixou de ser um problema nacional - finalmente houve bom senso na cabeça dos politicos - o ponto alto das festas deste ano prometem ser um regresso às origens, ou seja, só para aficionados e não para turistas-à-procura-de-ver-confusão. E como as tradições são para se cumprir, da minha parte espero marcar presença pelo 12º ano consecutivo, porque felizmente há 'vícios' que depois de casado não se perdem. “Torero, torero, torero”. Viva Barrancos e as suas gentes!

sexta-feira, agosto 22, 2003

24 (2)

Acabou-se a minha dose semanal das Quintas-feiras. O final foi surpreendente. Acabou mal, tal como eu gosto. Não gosto de finais óbvios, pelo que sempre que sou surpreendido, fico satisfeito. Pode-se dizer que não gosto de finais felizes e não gosto mesmo. Distorcem a realidade. O meu mundo real é que ficou distorcido. Agora o que é que eu faço às Quintas à noite?

24

Daqui a sensivelmente meia-hora começa no canal 1 (é verdade no canal 1) o último episódio de uma das melhores séries que tem passado nos últimos tempos pelas nossa televisões e o único programa de televisão que sigo fielmente. Falo é claro de "24". Esta excelente série é uma digna sucessora de séries de culto, como o "Profiler", "Ficheiro Secretos" ou "Os Homens do Presidente" que durante tanto me mantiveram 'agarrado' ao televisor. Hoje acaba, mas como se costuma dizer "rei morto, rei posto", espero que na nova grelha de Setembro esteja lá contemplada a 2ª série de episódios. Pelo que fica aqui um até já "24"!

quinta-feira, agosto 21, 2003

Crónica de um pai: dia 10

Dia 10. O dia de hoje pouco variou em relação a ontem. Pouco há para contar. A diferença foi que acordamos mais cedo. Tentei fazer o horário que vai prevalecer a partir de 2ª feira. Em termos de trânsito, pouco deu para ver, dado que Agosto é o melhor mês do ano para se andar de carro em Lisboa. Chegados a casa dos meus sogros, ele já se encontrava com um cara de sono, ainda lhe faltava dormir mais uma hora.

A hora da refeição, esta infelizmente, também pouco variou em relação ao dia anterior. Este bebé não vive para comer. A partir de Sábado, vamos introduzir a sopa. Pode ser que ele goste mais. O resto da tarde foi dividido entre as atenções dos avós e a hora da sesta. Fica entregue em boas mãos. A mãe demora é mais tempo a chegar a casa dos pais do que a nossa. Vai ter de contar com isso.

E assim chegam hoje ao fim estas minhas crónicas sobre o meu dia-a-dia sozinho com o meu filho de 5 meses. Como pai, foi uma experiência única e gratificante que serviu para criar laços mais forte entre nós os dois. Quando penso em 2ª feira, já sinto saudades das brincadeiras dele e do sorriso dele. Por todos os momentos que passamos juntos, obrigado Puto !!!
Será que não existe forma de parar o tempo ?

quarta-feira, agosto 20, 2003

Crónica de um pai: dia 9

Dia 9. Com o final da minha ‘baixa parental’ aproximar-se perigosamente do fim, está na hora de começar a passar o ‘testemunho’ aos avós, uma vez que são eles a partir de 2ª feira que vão começar a tomar conta do meu herdeiro até ele fazer um ano de idade. Assim, o dia hoje foi diferente de todos os outros até agora. Foi passado em casa dos meus sogros. Tinha planeado levantar-me às 9.00 AM, mas o máximo que consegui foi virar-me para o outro lado. Só acordei às 11.00 AM. O tempo suficiente para me despachar e estar pronto a seguir viagem para os lados do Lumiar, assim que o bebé acordasse. Foi acordar e partir. Fiquei com a impressão que ele estranhou toda aquela movimentação. A viagem de carro, a alegria da avó, a ‘nova’ cama, as brincadeiras do avô. A partir de agora esta rotina começava a ser o seu ‘novo mundo’.

A minha principal preocupação era transmitir os cuidados a ter na hora da refeição. Já sabia as dificuldades que eu tinha passado, pelo que estava algo pessimista em relação à minha sogra. Expliquei-lhe como devia preparar a papa – não muito líquida –, os ‘truques’ que utilizava para ele abrir a boca (não, não contei que cantava para ele!) e as reacções que ele costumava ter (para ela não se assustar logo à primeira).

Quando a hora da verdade chegou, deu logo para verificar que a tarefa não ia ser fácil. Ao contrário do que se tinha passado nos últimos dia, desta vez o bebé não abria a boca para comer, o dificultou tudo. A minha sogra aparentava também algum nervosismo, o que se compreende, afinal era a primeira vez que lhe dava a papa. Com muita insistência, acompanhada de música de uma antiga caixa de música que o avô foi buscar, a avó lá fazia chegar a colher ao seu destino. Houve porem algumas que se perderam no caminho. Tambem me aconteceu.

Mais ou menos a meio da refeição, o bebé manifestou-se, chorando, que já não queria comer mais. Foi então, que peguei nele, de forma a conseguir-lhe dar o resto da papa. Notei um certo alívio por parte da avó, mas reconheço que esteve bem para a primeira vez. Dar-lhe de comer não é tarefa fácil e eu que o diga. Com o velho truque da chucha, consegui que ele acabasse de comer a papa que restava no prato. A verdade é que o prato ficou quase vazio. Deu para passar a mensagem. A lição n.º 1 é Paciência.

A tarde foi um descanso. Como já conhece os avós, enquanto não pegou o sono, distribuiu sorrisos por cada brincadeira ou som que se fazia. Por volta das duas da tarde, foi só coloca-lo na sua cama, porque a hora da sesta é sagrada. Pouco faltava para as quatro da tarde quando acordou. De imediato foi rodeado pelos avós. Os meus sogros estavam ansiosos por este dia. Parte da “culpa” também é nossa (dos pais), porque desde que o bebé nasceu sempre o protegemos das ‘confusões’ da família. Quisemos cria-lo nos primeiros seis meses de vida, no “nosso” ambiente sem nunca o privamos da nossa companhia. Mas partir de agora, o seu desenvolvimento exige mais, assim, com uma capacidade de comunicação já desenvolvida e um olhar curioso sobre tudo o que o rodeia, está na hora de enfrentar o Mundo. Força Puto!

10 +

- brincar com o meu filho de 5 meses
- assistir aos jogos do Benfica
- comer bolo de chocolate
- ficar estendido à beira-mar numa praia
- ler banda desenhada
- jantaradas com o grupo de amigos
- jogar futebol
- ver cinema em salas vazias
- passar um serão a jogar jogos de tabuleiro
- marcar presença nas festas de Barrancos

terça-feira, agosto 19, 2003

Cronica de um pai: dia 8

Dia 8. À semelhança de ontem, também hoje o dia começou com um chichi em cima do pai. Por mais atenção que eu tenha, apanha-me sempre desprevenido! Logo a seguir dormiu até ás 11.30 AM. Hoje o dia foi diferente. A meio da manha, apareceram cá em casa a avó paterna e as duas tias (as minhas irmãs). Foi um dia de fortes emoções. Para ele e para as visitas. Adorou a tia mais nova. Também só ela com paciência para fazer palhaçadas de que ele gosta. Com mais paciência que a tia só mesmo o pai. Muito se riu o puto com as brincadeiras. Em relação à avó, o caso mudou de figura. Primeiro estranhou e depois chorou, para tristeza da minha mãe. Mas depois lá se foi habituando e ainda durante a manha começou a sorrir para ela. Ninguém o largou até à hora do almoço.

Pontualmente, às 12.30 começou a refeição. A minha vida começa a estar facilitada. Para gáudio do pai, já abre a boca para comer. Finalmente! Muito concentrado nas ‘caras novas’, ia comendo ao seu ritmo. Nem a sessão fotográfica durante a refeição o incomodou. Não comeu a papa toda, mas tambem já deixei de insistir quando vejo que ele já não come mais. Não sobrou muito no prato. Não há nada como uma lufada de ar fresco na rotina do dia-a-dia! Fralda mudada (continua é o problema dos ‘intestinos presos‘) e limpeza efectuada, foi a nossa companhia durante o almoço. O prato foi frango. Qualidade de vida é morar perto de tudo, o que inclui uma churrasqueira. A conversa foi animada. O assunto versou a nossa infância. Histórias que ficam para sempre. O bebé manteve-se desperto o tempo suficiente para aguentar com um sorriso na cara, a maratona fotográfica que se seguiu. Ora era no colo da tia mais nova com a máquina da avó, ora era na companhia das tias e da avó com a máquina do pai, ora era no colo da tia do meio com a máquina da tia mais nova e assim por diante. Houve fotografias para todos os gostos e feitios. No final ninguém se queixou.

Por volta das 14.30 foi a hora da sesta. Há hábitos que se mantêm. Na sua cama, ele chorou um bocado mas era de sono. E logo adormeceu nos braços de Morfeu. Dormiu cerca de uma hora. Depois passou para a cama de casal dos pais e ai manteve-se ocupado a brincar com a fronha das almofadas. Estranha brincadeira mas ele acha piada. Almofada para aqui, almofada para ali e assims e manteve ocupado. A minha mãe e uma das tias, entretanto, já se tinham ido embora, pelo que fiquei na conversa com minha irmã mais nova. Por volta das 16.10 chegou a mãe. Foi um dia diferente e muito bem passado. Faz bem variar! A reduzida crónica de hoje resume a rapidez com que as horas passaram durante o dia.
Felizmente que há dias assim!

segunda-feira, agosto 18, 2003

Crónica de um pai: dia 7

Dia 7. Inicio da minha última semana de “férias”. Logo pela manhã, ao mudar-lhe a fralda fui brindado com um chichi em cima. Regra básica: ao mudar a fralda a rapazes é preciso concentração total. Bem, não conhecia melhor maneira de começar bem o dia! De seguida tentei que dormisse. A tarefa não foi fácil devido ao barulho de um cortador-de-relva que se encontrava a ser utilizado para aparar o relvado existente na rotunda junto da minha rua. Por fim, lá acabou por adormecer. Eu, depois de um fim-de-semana relaxado, estava completamente desperto. Aproveitei para me arranjar e para não variar navegar na ‘net’. Ler as ultimas dos meus blogs favoritos. Quando o puto acordou, já passava das 11.40 AM. Pu-lo a brincar com os seus bonecos. Fui preparar para a papa. Após três dias de interregno (a mãe fez questão em dar-lhe a papa nestes últimos dias) vamos lá ver se não me esqueci como é que se faz.

Definitivamente, a marca Nutribén é a melhor escolha. Faço a papa grossa, porque já nos apercebemos que ele come melhor assim. Para 150 ml de água junto à volta de 5,6 colheres de farinha. Isto fica uma pasta autêntica. Começo a ouvi-lo a chamar. Hora da refeição.

São 12.35 quando começamos. De imediato, sou surpreendido: ele abre a boca para comer a papa. Será que após três semanas aprendeu a gostar? Aproveito enquanto ele colabora. Colher após colher e ponho-me a pensar que tenho de fazer mais fins-de-semana destes. Hoje não preciso de cantar, mas estou sempre a falar com ele. Um quarto de hora depois e volta a normalidade. Deita a cabeça toda para trás e faz força com as pernas contra a mesa. Começa a refilar ao mesmo tempo. Percebi a ‘dica’. Pausa para limpezas.

Quando recomeçamos, percebo que o ‘espírito’ já não é o mesmo. Ele já não abre a boca para comer. Leio nos livros que quando os bebés não querem comer mais, não se deve insistir. Mas por vezes a prática revela-se contrária à teoria. Tento dar-lhe mais umas colheres sempre que ele se encontra distraído. Umas ele come, outras caiem no babete. Já começou a confusão. Mãos nos ar agitadas e mais uma colher de papa que cai sem destino. Acabou-se o quadro harmonioso do pai pacientemente a alimentar o filho bem comportado. Tento insistir, mas ele muda de estratégia. Não se limita a esquivar da colher. Provoca o vómito e vomita tudo cá para fora. Uma, duas vezes. Agora aprendeu esta e não quer outra coisa! Começa a chorar com lágrimas. Desisto! Venceu-me! O livro tinha razão.

Levo-o para o quarto para limpa-lo e mudar-lhe a fralda. Continua ‘preso de intestinos'. Ontem tivemos de aplicar o BebéGel porque durante o fim-de-semana nada fez. A continuar assim, logo à noite teremos de o aplicar outra vez. Continua nervoso, a chorar. Pego nele para o acalmar e dou-lhe água. Ele abre a boca num segundo. Já conhece o biberão. De seguida levo-o para a sala para a espreguiçadeira e ligo a televisão, enquanto preparo o meu almoço. Começa de novo a chorar. Quer companhia. Os bonecos já não são suficientes. A televisão também não. Assim que me vê faz um sorriso. Hoje vai ser difícil almoçar.

Não sei se é da idade (está quase a fazer 6 meses) ou se é o dente a nascer, mas ultimamente anda muito ‘resmungão’. Intercalo a preparação da minha refeição na cozinha com a minha presença ao pé dele na sala. “Isto da clonagem humana até fazia algum sentido!”.

Terminada a minha refeição, são horas de ele dormir uma sesta. Coloco-o na cama dele e chupeta na boca. Os seus olhos não me perdem de vista. Está sempre satisfeito enquanto me vê. Manda a chupeta fora e prefere chuchar no dedo do pé. Muito gosta ele deste exercício. Tomba para um dos lados e noto que já e hora de adormecer. Insisto na chupeta, uns beijinhos na cara e está feito. Por hoje terminou, penso eu.

Navego mais um bocado na ‘net’. Já nem me lembro o que fazia quando não existia internet. Depois da roda, deve ser a melhor invenção do Homem. Por volta da 16.00 ele acorda. Acorda a chorar como sempre. Vou busca-lo para ao pé de mim. A mãe não tarda a chegar. Entretanto, o boneco de borracha é fortemente ‘mordido’. Outros tempos se aproximam!

O Mágico

Pois é, o nosso mais recente ‘emigrante’ teve uma estreia de luxo. Assisti a meia-hora de pura magia. Os americanos tem uma expressão curiosa para estes artistas: “one-man-show”, que em português se pode traduzir, mais ou menos, por CRISTIANO RONALDO. E este mágico deu-me a volta à cabeça. A partir de agora troco de clube, deixo de apoiar o Arsenal para 'torcer' pelo Manchester United. Go Ronaldo Go!

De olhos em bico...

Ao ligar a Internet fiquei incrédulo com a notícia que me saltou do ecrã: “Islândia retoma caça às baleias”. O desenvolvimento da notícia, refere a posição do governo islandês, que explica que tal se deve a fins científicos, dado que a caça à baleia é apenas um meio para estudar o regime alimentar dos cetáceos, através da análise ao conteúdo do seu estômago!!! Eu tenho uma sugestão a dar ao governo islandês: e se publicasse um estudo sobre o regime alimentar da sociedade islandesa, a partir da análise dos estômagos dos islandeses!

(des)Liga

Quem está de regresso é a nossa SuperLiga de Futebol que continua ao seu melhor nível.
O suposto jogo inaugural do campeonato Belenenses-Estrela da Amadora foi suspenso “sine die” devido a um recurso apresentado sobre factos ocorridos na última jornada do campeonato da II Divisão de Honra da época passada. Resultado: mais uma 'trapalhada' no futebol português.
A Académica resolveu aproveitar-se da onda de solidariedade que percorre o nosso pais e colocou bilhetes para o jogo com o Sporting à venda por € 60,00. Resultado: um estádio às moscas.
Uma presença cada vez mais constante nos nossos estádios de futebol é a equipa do corpo de intervenção da GNR, que esta época fez a sua apresentação logo na 1ª jornada. Resultado: dois adeptos assistidos no hospital.
Que saudades eu tenho do futebol jogado dentro das quatro linhas!

O regresso

Regressei de um fim-de-semana prolongado em família onde o descanso imperou. Por opção fiquei longe de computadores, internet, telemóveis e relógios. O tempo foi repartido entre dormir e passear. Descansos assim são um luxo nos tempos que correm. Fazem bem ao corpo e à alma. Mas como o que é bom acaba depressa, cá estou eu para a rotina do dia-a-dia. O ‘bichinho’ do blog ainda cá continua……

quinta-feira, agosto 14, 2003

Crónica de um pai: dia 6

Dia 6. Acordei com uma boa noticia. A mãe reparou que um dentinho do bebé já se encontra a despontar. Nota-se uma pequena marca branca na gengiva. O puto está a crescer! Depois de mamar, voltou a dormir. Eu vencido pela preguiça deitei-me também. Acordamos já passava das 11.30. Começou o nosso dia. Ele foi brincar e eu fui preparar a sua refeição. Hoje resolvi variar na alimentação dele. Vou dar-lhe uma papa nova: a Cerelac Multifrutos. Parece-me uma boa papa. Junta banana, pêra e maça. Espero que goste. Quando fui busca-lo, encontrava-se ao fundo do colchão. Não sei como é que ele se movimenta tanto. A fralda só apresenta chichi. Ontem não evacuou durante o dia todo. Hoje a continuar assim, temos de lhe pôr o BebéGel.

12.30 começa a hora da refeição. Provo a papa e … ugh! É intragável! Na embalagem, a publicidade diz que “…os cereais hidrolisados (que raio é isto??) proporcionam um sabor doce e natural sem que tenha de juntar açúcar…”. Pergunto-me onde está o sabor doce? Prefiro a Nutribén, mas pode ser que o paladar dos bebés seja diferente. A sua reacção às primeiras colheres surpreendem-me pela positiva. Não sei se está com fome, se está distraído ou se gostou da papa, porque abre a boca para comer. Não tarda muito quando começa com o seu movimento de deitar a cabeça para trás. Não sei aonde é que aprendeu esta. Depressa começa a evitar a colher. Boca cerrada e não cede. Insisto e ele começa a refilar. Refila mas de boca fechada. É esperto! Aproveito para o sentar na cadeira e limpar-lhe o rosto. Sempre que me levanto para lavar a chucha no lavatório, faz um enorme sorriso. Ainda não percebi se gosta do som da água a correr ou se pensa que já acabou a refeição.

Recomeço esta árdua tarefa de o alimentar à colher. Tenho amigos meus, cujos filhos da mesma idade do meu, demoram 10 a 15 minutos para comer uma pratada de papa. São uns sortudos! Eu queixo-me, mas a verdade é que nunca passei uma note em branco por causa dele, ao contrário desses meus amigos. Bebés que dormem a noite inteira e comem a papa toda não existem. São mitos! Na verdade todas estas histórias tornam-se engraçadas daqui a uns anos ao recordarmos os tempos passados, mas no presente é preciso muita dose de paciência.

Por cada colher que lhe dou, ele faz uma expressão de agoniado. Começo a desconfiar que ele também não gosta da papa. Não o censuro. Insisto e ele começa a deitar tudo cá para fora. Os toalhetes de papel desaparecem a uma velocidade incrível. Ele começa a chorar. Desisto! Esta papa é uma m.....!!! Resolvo deitar fora o que resta no prato e fazer uma nova utilizando a outra farinha. Estimo que ele tenha comido o equivalente a 100 ml de água pelo que agora só utilizo 75 ml de água.

Esta ultima fase da refeição, é um misto de paciência com impaciência, de brincadeira com choradeira. Lá lhe vou dando, mas acho que ele pouco come. Vai ficar com fome. Ainda bem que mãe hoje vem mais cedo para casa. Aposto que a amamentação das 16.00 vai correr lindamente.

Levo-o para o quarto para limpa-lo. Mesmo com o babete, o corpo dele fica cheio de papa. Não se fazem babetes como antigamente! Sinto que a fralda tem um presente. Vou ver. Que "presentão"! Nunca pensei ficar tão satisfeito por ver uma cagada. Fralda limpa e dou-lhe água. Bebe, bebe e bebe. Hoje bebeu cerca de 50 ml. Cada dia bebe mais água. E a onda de calor está a diminuir!

Escada acima, escada abaixo e estamos na sala. Deixo-o a ver televisão. Para não variar, o tema continua a ser os incêndios. O Algarve está debaixo de fumo e fogo. A continuar assim, qualquer dia não há nada mais para queimar.

Ele hoje está um bocado chorão. Quer sempre a minha companhia. Quando me afasto começa a chorar. Não será o dente? Coloco-o ao pé de mim para almoçar. Quanto termino são 14.30, levo-o para o quarto dele para ver se dorme. Continua chorão. Ponho-o na minha cama. Junto as almofadas e demora 10 minutos a adormecer. É preciso conhecer os truques todos.

Vou preparar as coisas que quero levar para este fim-de-semana prolongado. Não me posso esquecer de levar o livro “O regresso do Rei”. Tenho de acabar de o ler antes do filme estrear. Vai ser a estreia do ano!

Por volta das 15.30 chega a mãe. Ele continua a dormir. Quando acordar fica entregue aos cuidados da mãe. Ela anda com saudades dele. Começamos a preparar as malas. Este fim-de-semana vai-nos fazer bem descansar. Até para a semana!

quarta-feira, agosto 13, 2003

Crónica de um pai: dia 5

Dia 5. Hoje acordei ao som do tema “Star Wars”, ou seja, ao toque do meu telemóvel. Numa hora recebo três telefonemas. A minha mãe pede-me que envie fotografias recentes do neto via e-mail. Da agência de viagens, confirmam-me a reserva no hotel onde vou passar uns dias de descanso neste fds. Da organização do EURO'2004 informam-me que posso ficar descansado em relação ao pagamento dos bilhetes que me foram atribuidos. Resumindo: às 10.00 já estava levantado. Sinto uma carga positiva para este dia. Antes que o bebé acordasse, aproveitei para ir até à Internet enviar as fotos e ler os habituais diários on-line. O bebé ainda dormiu até as 11.30. Depois disso seguiu-se a rotina habitual até à hora da refeição. Hoje o dia parece-me mais fresco. Pode ser que abra o apetite!

Ao almoço, senti-me confiante para arriscar dar-lhe a papa pela colher em vez de utilizar o biberão. O buraco da tetina parece-me excessivamente pequeno para que a papa passe por ele. Mantenho a aposta na papa de marca “Nutribén”. 12.30 PM começa a “hora”! Ao colo, as primeiras colheres são fáceis, apesar das “fintas”. A meio da refeição, o balanço é o positivo. Depois tenho de o sentar. Ele encontra-se todo suado. O corpo transpira calor. Na cadeira, o seu poder de “finta” é bastante bom. Têm mais espaço. Aproveito para limpa-lo e mudar de táctica. Não sei porquê mas para lhe chamar a atenção resolvo começar a cantar. Cantigas infantis. Como não sei as letras completas, introduzo algumas variações: canto a abelha maia com a das galinhas, a do marco com o atirei-o-pau-ao-gato. Ele diverte-se imenso. Ri-se perdidamente. A minha figura deve ser linda! Aproveito para lhe dar mais umas colheres de papa. A musica proporciona sem dúvida momentos únicos! Para o fim, já nem a música ajuda. Também comeu quase tudo. Quando comparado com ontem, o dia hoje corre bem. Tenho é de apontar isto para não esquecer: decorar músicas infantis!

13.30 e levo-o para cima. Hoje ainda não fez cocó. Não é normal nele mas este calor deve afecta-lo. Ao limpa-lo da papa, refila sempre que passo a esponja. Aproveito para lhe dar água. Ele já sabe. Agarra no biberão sozinho. Eu apenas ajeito. Bebe bastante. Hoje bebeu cerca de 40 ml.

Levo-o para a sala e ponho-o a ver televisão. Também já se tornou rotina. Quando termino o almoço, levo-o para o quarto. Está quente o ar. Deito-o e ele começa logo a chorar. Vou buscar uma revista para abana-lo. Felizmente que dão descida das temperaturas a partir de amanha. Ele não consegue dormir. Resolvo leva-lo para o meu quarto e deita-lo na minha cama. Como a cama é grande dá uma sensação de frescura. Ele fica-se. Rebola para um lado e para o outro. Tem uma fixação por pontas de lençóis, neste caso, de fronhas. Quase que consegue dar a volta sozinho. Está a progredir bem. Tenho é de ter cuidado para ele não adormecer de barriga para baixo. Brinco com ele um bocado. Dou-lhe beijinhos na zona do pescoço. Ele gosta e ri-se baixinho. Mimo de mais este puto, mas não consigo resistir. Noto que o “João-pestana” está a chegar. Aproveito para sair discretamente.

Assim que ele adormecer, vou aproveitar para ir comprar o jornal. É a primeira vez que o deixamos sozinho em casa. Tomo todas as precauções. Desligo a ventoinha e coloco almofadas em volta dele. Não deve haver problemas de maior. Dez minutos depois, quando regresso verifico que nem deu pela minha falta. Dorme que nem um anjo.

Só acorda por volta das 16.00. Como hoje, a mãe só chega daqui a meia-hora, fico na 'conversa' com ele. Ri-se às gargalhadas com os sons que faço. Noto que cada dia que passa, a relação pai-filho sai fortalecida. Cada gargalhada dele é um ano de vida que ganho. Não existe maior prazer do que ouvi-lo a rir. Não troco estes meus 10 dias com ele por nada deste mundo!

Em contagem decrescente...

Já estou em estágio para o grande jogo. A partir da 20.00 h ninguem me tira da frente da televisão. Força Benfica!

terça-feira, agosto 12, 2003

Crónica de um pai: dia 4

Dia 4. Há dias assim. Se ontem eu não acordava, hoje ele não adormecia. Já não me lembrava de noites quentes como estas desde os meus 20 anos em que passava noites em claro devido ao calor. O meu filho tem menos sorte, tem 5 meses e para ele as noites já começam a ser mais curtas. Hoje acordou ás 8 da manha para comer e pouco dormiu depois. Eu acompanhei-o. Eram 10.30 AM e já se encontrava no colchão de actividades. Aproveitei para tomar um duche de água fria. Enquanto ele brincava resolvi ir ver o que se passa pelo mundo, através da televisão. As imagens dos incêndios em Portugal continuam a preencher o ecrã da televisão. Agora é em Aljezur.

Resolvo dar-lhe a refeição mais cedo. Às 12.15 já estava tudo pronto para a ‘pior’ hora do dia. Ele sorri como se adivinhasse o meu stress. Ponho-o ao meu colo para as primeiras colheres. Começa a resistência do costume. Agora ganhou o hábito de inclinar a cabeça completamente para trás. Faz-me impressão este movimento dele. A minha dificuldade em lhe dar a papa deve fazer aumentar a temperatura. Está bastante calor! Faço uma pausa para limpezas. Esta hora do dia é a aula de pintura corporal! São tantos os salpicos de papa no corpo dele e no meu, que repoduzimos autênticos quadros de Miró. É por isso que sempre que acaba a refeição fico com a dúvida se ele comeu o suficiente. Amanha levo-o à farmácia para controlar o peso dele. Sento-o agora na cadeira. Numa mão levo a colher e na outra a chupeta. Quase que resulta não fosse ele levar o babete à boca. Bonito serviço! Passámos para a aula de pintura facial. Nova pausa para limpeza. Amanha, se calhar, utilizo o biberão para lhe dar a papa. Recomeço. A muito custo lá vou conseguindo que ele coma. Já são 13.15 e ainda falta um bocado. Tenho de lhe dar tudo para compensar o desperdício. Noto que ele já está farto. Começa a chorar. Aproveito a boca aberta para lhe dar as ultimas colheres. Ufffa!!! Por hoje já está!

Levo-o para o quarto para limpa-lo com uma esponja e mudar-lhe a fralda. Recomeça o choro. Fico na dúvida se por causa do calor ou se ficou com fome. Assim que lhe dou uma fralda para brincar, esquece-se de chorar. Quer é mimo. São 63 cm de manhas! Limpeza feita, fralda mudada é hora de dar água através do biberão. Ele percebe, porque a reacção imediata é abrir a boca. Faz mais, agarra no biberão. Bebe com prazer. Controlo a quantidade. Bebeu cerca de 30 ml. Já chega. Durante o dia vou-lhe dando mais.

Pô-lo a dormir está fora de questão. Os seus olhos muito abertos e curiosos indicam-me que está ai prás voltas. Levo-o para a sala, para a espreguiçadeira. Ligo a TV. É o fascínio pela televisão.

Duas da tarde e começo a almoçar. Ele encontra-se entretido a ver televisão ao mesmo tempo que ‘mastiga’ um boneco. Estes bonecos de borracha são óptimos para quando vierem os dentes, mas isso fica para outras crónicas.

São 14.30 e noto que ele começa a ficar com sono. Os sinais característicos são: cabeça inclinada e agarra na fralda de pano. Agora sim, está na hora de o levar para cima. Como baixei a tela da janela, o quarto dele está mais fresco que o resto da casa. Ponho-o na cama e coloco uns bonecos suspensos por cima da cabeça dele. Sempre gostou destes bonecos. Deixo-o ficar. Quando adormecer, deve dormir quase até a mãe chegar. Vou aproveitar para limpar a cozinha. Quando entro, deparo-me com um cenário de guerra. Existe papa em todo o lado. No chão, na cadeira, na mesa. O babete encontra-se completamente empapado. Quase um rolo de toalhas de papel que foi utilizado encontra-se amarrotado sobre a mesa. Perco à vontade 15 minutos nesta tarefa. Há dias assim, felizmente não são todos os dias.

Quando termino vou vê-lo. Encontra-se a dormir. Aproveito para ir até à Internet. Optimista, penso que amanha será um dia melhor!

segunda-feira, agosto 11, 2003

Sessão da Meia-Noite (2)

Fui a mais uma das minhas sessões da meia-noite ao cinema aqui do lado. Aproveitei a estreia do “Culpado ou Inocente?” para rever um dos meus actores preferidos: Kevin Spacey. A acção do filme versa a Pena de Morte. Um tema sobre o qual dedicarei um dia destes um post aqui no blog. No filme, percebe-se a posição (contra) do realizador, o inglês Alan Parker, sobre o assunto, mas fica-me a dúvida se não existiria melhor forma de fazer passar a mensagem. Será que os fins justificam os meios ?
Um filme mediano, pena é a presença do Kevin. Sobre a pena capital, na minha opinião há filmes mais interessantes, entre os quais destaco “A ultima caminhada” de Tim Robbins e “A ultima dança” de Bruce Beresfod. Paguei € 4.90 pelo bilhete quando o filme vale € 2.94.

Crónica de um pai: dia 3

Dia 3. Hoje foi um dia atípico. Acordei tarde, faltavam 10 minutos para o meio-dia. Nem dei pelo bebé a reclamar pela sua hora de brincadeira. Têm toda a razão na reclamação. Pelo ar abafado da casa, noto que hoje vai ser um daqueles dias muito quentes. Nunca uma chuvada valente deve ter sido tão desejada por esse país fora!

Começo logo por preparar a papa. Seguindo a sugestão da mãe, hoje faço-a mais grossa. Ela diz que ele come melhor assim. Quando o vou buscar, ele encontra-se entretido a brincar. Como bonecos não lhe faltam, nem se lembra que tem de comer. Noto que a fralda tem cocó. Vou muda-la antes da refeição.
A fralda está cheia! É impressionante, a continuar assim, temos de usar o número da fralda superior. Ele está eléctrico, para não variar. Uso 4 toalhetes “Dodot” para o limpar todo. Gasto, provavelmente, o dobro que a mãe gasta para situações idênticas, mas também sou mais esquisito. Sempre fui assim, em termos de higiene. Limpo duas, três vezes, as que forem necessárias até ficar convencido que ficou tudo bem limpo.

Hoje resolvi experimentar dar-lhe de comer no meu colo. Com a mãe, funciona, mas ela também tem mais experiência. Ao princípio, as coisas parecem correr bem. Ele não é daqueles bebés de comer e chorar por mais, por isso dificilmente abre a boca. Tenho de forçar a entrada. A colher é de silicone, bastante maleável, portanto não o aleija.

A muito custo vai comendo. Já transpiramos os dois. Resolvo coloca-lo na cadeira para dar-lhe o resto da papa. O babete encontra-se completamente empapado. Num momento de distracção minha, ele aproveita para encostar o babete na cara. Poças! Ficou com a cara completamente pintada de amarelo da papa. Testa, olhos, nariz, bochechas, boca, queixo. Ele olha para mim e começa-se a rir. Limpar este quadro não vai ser fácil. As toalhas de papel voam a uma velocidade vertiginosa. Aliada aos toalhetes “dodot” devem ser dos produtos que mais se gasta cá em casa. Já são 13.15 e ainda falta um bom bocado no prato. Ele começa a dar sinais que está farto. Já não há chupeta nem bonecos que ajudem. Tenho de continuar a insistir. O desperdício já é superior ao que ele come. Termino a refeição. Ele deve-se aperceber. Faz um enorme sorriso.

14.45 dava-me jeito adormece-lo logo, pois ainda nem sequer tomei banho e tenho um almoço para fazer. O quarto dele está quente. Fico um bocado com ele e retiro-me discretamente. A meio do banho, oiço-o a chorar. É pior do que ficar sem gaz para aquecer a água. É que eu tomo banho de água fria. Tenho de acabar este relaxante banho rapidamente. Não há nada melhor do que a água fria a bater-nos no rosto em dias muito quentes. O choro aumenta de volume. Lá vou eu a pingar a casa! Não me parece que adormeça. Está completamente eléctrico. Mexe os braços e as pernas energicamente. O sono deve ter ido de férias!

Coloco-o no colchão de actividades enquanto visto uns calções. De seguida pego nele e levo-o para a sala para a espreguiçadeira e ligo a televisão. Dizem que a TV é a baby-sitter dos americanos e com razão. Ele fica completamente fixado nas imagens que passam no ecran. Almoço na companhia dele e das imagens da volta a Portugal em bicicleta.

São 15.30 volto a coloca-lo na cama dele. Demora a adormecer. Isto hoje está completamente fora da rotina. Adormeceu. Prometo não voltar a acordar tarde!

Números para reflectir.... (actualização)

- 15 mortos
- 300.000 hectares de floresta queimada (actualizado)
- 1.000.000.000 de euros de prejuízos

Sugestão para férias

No seguimento do post anterior recomendo os filmes “Encontros Imediatos do 3º Grau” , "E.T." , ambos de Steven Spielberg e “Contacto” de Robert Zemeckis.

ET

Registo aqui a minha satisfação pessoal pelo facto da aplicação de busca de vida inteligente extraterrestre SETI@home instalada no meu computador ter completado a análise n.º 200, colocando-me assim na posição 556.883º entre 4.620.976 ‘pesquisadores’ espalhados pelos quatros cantos do Globo. Participo porque acredito que algures "out there" existem outras formas de vida inteligentes.
Num Universo cujos limites ainda não conhecemos, a ausência de vida extraterrestre representaria um enorme desperdício de Espaço.

sexta-feira, agosto 08, 2003

Números para reflectir...

- 15 mortos
- 162.000 hectares de floresta queimada
- 1.000.000.000 de euros de prejuízos

Problemas técnicos

Pronto, problemas técnicos (leia-se bloqueio do blog e falta de conhecimentos informáticos para repor a normalidade) levaram-me a que cancelasse o contador. Ao fim de 3 dias, registava 30 visitas (das quais 80% provavelmente eram minhas!), o que significa que mais 5 pessoas também leram o que eu escrevi. Face ao anonimato do blog, é(foi) óptimo. Mas agora já está!

Informação estatística

Na semana de 28 de Julho a 3 de Agosto, morreram nas estradas portuguesas 31 pessoas.

Crónica de um pai: dia 2

Dia 2. O dia hoje começou mais cedo. Às 8.45 AM a mãe depois de lhe dar de mamar, pediu-me para mudar as fraldas ao bebé, porque já estava atrasada para o emprego. Apenas tinha chichi. As papas andam a mexer com os intestinos dele. Antes sempre que acordava, fazia uma descarga sólida agora é só líquidos. Coloquei-o de novo na cama dele, para mais duas horas e meia de sono. Antes de adormecer, fala bastante, mas infelizmente ainda não inventaram um tradutor de linguagem-bebé. Tinha curiosidade em saber o que dizia. São 11.27 AM quando acorda. A hora da brincadeira é sagrada. Verifico que existe um mosquito no quarto. Odeio insectos dentro da casa. Uma mancha de sangue na parede marca o local onde o insecto foi esmagado. Alimentou-se bem durante a noite! Vou-me arranjar. Observo-o pela porta entreaberta. Hoje está a dar atenção a um dos bonecos menos escolhidos ultimamente. Continua bastante falador. O relógio já marca 12.15 PM quando começo a preparar o estamine para lhe dar a papa. É importante ter tudo o que necessito ao alcance da mão: toalhas de papel (bastantes), uma fralda, chupeta, um boneco. Vou buscar um novo babete. Felizmente alguém nos ofereceu uma colecção de 12 diferentes. Não sei se um para cada mês, mas com o meu filho é um por dia. Coloco-o na sua cadeira e começa a aventura. O seu olhar desconfiado faz-me pensar que hoje não vai ser tão fácil como ontem. Primeira colher e boca fechada. Desvio para a esquerda, para a direita, tá visto que não vai ser fácil. Utilizo a chupeta para lhe dar a papa. A muito custo lá vai comendo. Este calor continua a não facilitar nada a tarefa. É quase uma da tarde e o caos está instalado. Papa salpicada por todo o lado. Eu tambem preciso de um babete! Neste momento, um boneco de borracha cheio de papa também ajuda na confusão. Eu aproveito. Sempre que abre a boca para o boneco eu dou-lhe uma colher. O tronco dele é um misto de suor e papa, eu também sinto os pingos a escorrer pelas costas. Socorro!!!
13.15 ainda só comeu 2/3 do prato. Intervalo para limpezas. Retiro-o da cadeira para limpa-lo. Mais valia dar-lhe banho. Ao colo não me dá jeito dar-lhe de comer. Volto a coloca-lo na cadeira. Recomeça o suplício. Confirmam-se os meus receios de ontem. O tempo vai passando. Ele começa a chorar. Está farto e cheio de calor. Tem toda a razão. Dou por terminada a refeição. Comeu menos que ontem, pode ser que mame mais logo à tarde.

Na limpeza pós refeição, o pior mesmo é limpar a papa das narinas. Ele não gosta nada. É difícil utilizar um cotonete numa cabeça em constante movimento. Fica sempre eléctrico quando o deito no muda-fraldas. A culpa também é minha. Dou-lhe sempre uma fralda para ele brincar. Já o habituei mal! Hoje não fez nenhum presente. Anda completamente desregulado.

Coloco-o na sua cama, para ver se o consigo adormecer. Bonecada espalhada e dez minutos de conversa são suficientes. Dorme que nem um anjo.

São 14.20 vou começar a preparar o meu almoço. Para não variar, bife acompanhado de arroz e batata frita com sabor a presunto (as minhas preferidas!). Gosto de refeições práticas. Geralmente almoço na sala para acompanhar as notícias. Continuam os incêndios. Faz-me pena ver as populações e os bombeiros a combaterem os fogos com o coração. Sem meios adequados. Nem escrevo o que penso sobre isto, senão passava o resto da crónica a insultar a nossos políticos!

São 15.00 e não o oiço. Geralmente dorme cerca de meia-hora e hoje já vai em quase uma hora. Vou espreita-lo. Continua nos braços de Morfeu.

Aproveito para arrumar umas coisas, falar com a mãe pelo telemóvel e ligar-me à Internet. Leio os diários on-line, incluindo os desportivos e alguns blogs que constam nos ‘meus favoritos’. Poucas actualizações. Agosto é sem dúvida do mês de férias dos portugueses.

Por volta das 15.30, o pequeno acorda. Acorda a chorar, mas assim que me vê faz o maior sorriso deste mundo, como só ele sabe fazer. Adoro este puto! Ponho-me a brincar com ele até a mãe chegar, o que acontece por volta das 16.15. Mais um dia que passou e continua tudo sob controlo. Até Segunda.

quinta-feira, agosto 07, 2003

Crónica de um pai: dia 1

Dia 1. O dia começou bem, a mãe deu-lhe de mamar às 8.15 AM e foi para o emprego, ele adormeceu novamente. Eu também. Marcava o relógio 11.30 AM, quando realmente começou esta minha aventura. Preciso como um relógio suíço, acordou exactamente à hora em que acorda todos os dias. Rotina subsequente: pegar nele e coloca-lo no colchão de actividades, juntamente com os seus brinquedos. Com a idade dele, a brincadeira consiste em pegar nos bonecos e nas rocas e leva-las à boca, mas assim fica entretido por uma hora, o tempo suficiente para eu tomar banho, arranjar-me e começar a preparar a papa para lhe dar. São 150 ml de água mais umas quatro ou cinco colheres de farinha. Hoje optei pela “Nutribén” - o sabor desta papa até que nem é mau. Começa então a hora mais difícil do dia. Dar-lhe de comer. Pelo que a mãe me têm contado nos outros dias, desconfio que o puto não gosta nada de papas, mas não pode ficar sem comer. Fui busca-lo ao quarto, trouxe-o para a cozinha e coloquei-o na sua cadeira. Parece um rei no seu trono. O petiz, tal como o pai, anda em tronco nu. Este calor obriga! Babete posto e marca o relógio 12.35 PM. Para grande surpresa minha, as primeiras colheres até correram muito bem, e eu ainda não utilizei nenhum dos meus truques para ele abrir a boca. A meio da refeição, o caso começa a mudar de figura. Finta para a esquerda, finta para direita, esquiva-se à colher. Este puto ainda vai ser jogador da bola! A papa começa então a espalhar-se pelo seu corpo e pelo meu. É mãos, é tronco e a cadeira. A cara dele está completamente pintada. Pausa para limpezas. Recomeço, com o truque n.º 1: a chupeta. Sempre que abre a boca para apanha-la dou-lhe uma colher de papa mais a chupeta. Isto funciona para umas 5,6 colheradas. Depois apercebe-se que anda a ser enganado. Já não quer a chupeta. Sai então da manga o truque n.º 2. Pego num boneco dele e ponho-me a brincar com ele. Ele divertido, vai abrindo a boca, e lá entram mais umas 5 colheres de papa. Já são 13.05 PM e o prato começa a ficar vazio. São 13.15 PM dou por terminada a refeição. Estou surpreendido, ao contrário do meu pessimismo, a hora da refeição até correu bem. No prato pouco resta de papa e o desperdício até não foi muito. Comeu bem, face às expectativas.

Dou-lhe um bocado de água e levo-o para o quarto para limpa-lo com uma esponja. A papa quando seca é terrível. Ele está todo divertido e se ele está, eu também estou. Não há bela sem senão. Devia ter desconfiado, até porque o cheiro não engana. Uma real cagada assenta na fralda. Devido às papas, apresenta-se sob a forma de uma massa consistente de cor acastanhada. Esta é sem dúvida das piores tarefas que me espera nestes 10 dias.

São 13.30 PM o calor está cada vez pior. Vou ver se o consigo pôr a dormir: Dava-me jeito, até porque ainda não almocei. Deito-o na cama e distribuo os bonecos à volta dele. Encontra-se todo suado, coitado. Faço da minha mão um leque e começo a abanar. Ele vira-se e agarra na chupeta. É bom sinal. Quando faz isto geralmente adormece. Continuo a abanar a mão. Um quarto de hora depois está a dormir. Os deuses estão do meu lado!

Preparo a minha refeição. Obrigado por terem inventado o micro-ondas. De repente oiço um choro. É ele. Deve ter caído a chupeta, espero eu. Chego ao quarto. O ar é quente. É o raio do calor. Dou-lhe a chupeta e abano-o mais um bocado, acaba por adormecer.

Esta soneca prolonga-se por uma hora. São 15.00 PM toca o telemóvel. É a mãe a avisar que vai chegar mais cedo. O puto deve estar a acordar. Dito e feito. Acorda a chorar. Sempre acordou a chorar. Vou busca-lo. Fico a brincar com ele até a mãe chegar. Esta é definitivamente a melhor parte do dia. Chegou a mãe. Por hoje já está.

Introdução

Serve também este blog para publicar algumas folhas soltas do diário de um pai. Assim, resolvi dar hoje inicio a uma série de 10 crónicas diárias, tantas quantos os dias úteis da minha baixa parental, onde vou relatar o meu dia-a-dia como meu filho de 5 meses. Optei por ficar a tomar conta dele em vez de o mandar para casa dos avós. Assumo que sou pai a tempo inteiro, presente em todos os momentos: para a brincadeira e para a mudança de fralda (ugh!).

A decisão

Já está ! Instalei um contador !!!

A dúvida

Contar ou não contar, eis a questão? Perdi algum tempo a pensar se traria alguma vantagem. A balança tem dois pratos: num deles encontra-se a curiosidade em saber o n.º de visitantes que lê o meu blog, no outro está o incomodo se descobrir que ninguém lê o que escrevo. Acho que vou arriscar. Pelo menos uma pessoa sei que lê o meu blog: essa pessoa sou EU !!

segunda-feira, agosto 04, 2003

Pergunta indiscreta ?

Qual a quantidade e qualidade dos meios de combate a incêndios que poderiam ter sido adquiridos com os milhões de euros que o Estado vai disponibilizar para apoio das populações, bombeiros e autarquias afectadas pelos incêndios?

domingo, agosto 03, 2003

Imagens de Agosto

Se há imagens, que ano após ano, me entristecem no mês de Agosto, essas imagens são as dos incêndios que lavram por esse Portugal fora e as das famílias que perdem os seus haveres numa noite quente de Verão. Se há declarações, que ano após ano, me revoltam no mês de Agosto, essas declarações são as dos responsáveis políticos, que para se ilibarem das responsabilidades, ditam o chavão “...estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance...”.

sábado, agosto 02, 2003

Sugestão para o fds

... para ajudar a suportar esta onda de calor, recomendo o refrescante filme "Vertigem Azul" de Luc Besson.

sexta-feira, agosto 01, 2003

Sessão da Meia-Noite: T3 (1)

Uma das grandes vantagens de morar perto de um cinema é a possibilidade de escolher o horário das sessões, evitando assim as horas “prime-time” e a confusão associada (leia-se comentadores durante e exibição do filme, comedores de pipocas, pessoas atrasadas que se atravessam à frente do ecrã, etc). Assim, hoje escolhi a sessão das 0:20 para assistir ao mais recente filme da saga “Terminator”: Rise of the Machines. Gosto do James Cameron. Gostei do “Terminator 1” e achei o "Terminator 2" melhor do que o primeiro. Confesso que as minhas expectativas para o filme de hoje eram bastante baixas: realizador pouco conhecido, um tal de Jonathan Mostow, o filme era uma sequela da sequela, li umas criticas pouco abonatórias, enfim, confiava numa surpresa. O inico foi bastante prometedor: a sala de cinema estava praticamente vazia, para grande prazer meu (mantenho secreta a esperança de um dia assistir a uma sessão privada só para mim), mas o que vi no ecrã foi uma decepção. Um argumento “mais do mesmo”, há situações do filme absolutamente surrealistas ou “como-entrar-numa-base-ultra-secreta-com-a-maior-das-calmas-sem-ser-detido” e o “Arnie” já não têm vida para estas coisas. Neste momento, deve dar mesmo melhor politico (leia-se governador) que actor. Não sou critico de cinema, mas paguei € 4,90 pelo bilhete quando o filme não vale mais que € 2,94.