quarta-feira, agosto 13, 2003

Crónica de um pai: dia 5

Dia 5. Hoje acordei ao som do tema “Star Wars”, ou seja, ao toque do meu telemóvel. Numa hora recebo três telefonemas. A minha mãe pede-me que envie fotografias recentes do neto via e-mail. Da agência de viagens, confirmam-me a reserva no hotel onde vou passar uns dias de descanso neste fds. Da organização do EURO'2004 informam-me que posso ficar descansado em relação ao pagamento dos bilhetes que me foram atribuidos. Resumindo: às 10.00 já estava levantado. Sinto uma carga positiva para este dia. Antes que o bebé acordasse, aproveitei para ir até à Internet enviar as fotos e ler os habituais diários on-line. O bebé ainda dormiu até as 11.30. Depois disso seguiu-se a rotina habitual até à hora da refeição. Hoje o dia parece-me mais fresco. Pode ser que abra o apetite!

Ao almoço, senti-me confiante para arriscar dar-lhe a papa pela colher em vez de utilizar o biberão. O buraco da tetina parece-me excessivamente pequeno para que a papa passe por ele. Mantenho a aposta na papa de marca “Nutribén”. 12.30 PM começa a “hora”! Ao colo, as primeiras colheres são fáceis, apesar das “fintas”. A meio da refeição, o balanço é o positivo. Depois tenho de o sentar. Ele encontra-se todo suado. O corpo transpira calor. Na cadeira, o seu poder de “finta” é bastante bom. Têm mais espaço. Aproveito para limpa-lo e mudar de táctica. Não sei porquê mas para lhe chamar a atenção resolvo começar a cantar. Cantigas infantis. Como não sei as letras completas, introduzo algumas variações: canto a abelha maia com a das galinhas, a do marco com o atirei-o-pau-ao-gato. Ele diverte-se imenso. Ri-se perdidamente. A minha figura deve ser linda! Aproveito para lhe dar mais umas colheres de papa. A musica proporciona sem dúvida momentos únicos! Para o fim, já nem a música ajuda. Também comeu quase tudo. Quando comparado com ontem, o dia hoje corre bem. Tenho é de apontar isto para não esquecer: decorar músicas infantis!

13.30 e levo-o para cima. Hoje ainda não fez cocó. Não é normal nele mas este calor deve afecta-lo. Ao limpa-lo da papa, refila sempre que passo a esponja. Aproveito para lhe dar água. Ele já sabe. Agarra no biberão sozinho. Eu apenas ajeito. Bebe bastante. Hoje bebeu cerca de 40 ml.

Levo-o para a sala e ponho-o a ver televisão. Também já se tornou rotina. Quando termino o almoço, levo-o para o quarto. Está quente o ar. Deito-o e ele começa logo a chorar. Vou buscar uma revista para abana-lo. Felizmente que dão descida das temperaturas a partir de amanha. Ele não consegue dormir. Resolvo leva-lo para o meu quarto e deita-lo na minha cama. Como a cama é grande dá uma sensação de frescura. Ele fica-se. Rebola para um lado e para o outro. Tem uma fixação por pontas de lençóis, neste caso, de fronhas. Quase que consegue dar a volta sozinho. Está a progredir bem. Tenho é de ter cuidado para ele não adormecer de barriga para baixo. Brinco com ele um bocado. Dou-lhe beijinhos na zona do pescoço. Ele gosta e ri-se baixinho. Mimo de mais este puto, mas não consigo resistir. Noto que o “João-pestana” está a chegar. Aproveito para sair discretamente.

Assim que ele adormecer, vou aproveitar para ir comprar o jornal. É a primeira vez que o deixamos sozinho em casa. Tomo todas as precauções. Desligo a ventoinha e coloco almofadas em volta dele. Não deve haver problemas de maior. Dez minutos depois, quando regresso verifico que nem deu pela minha falta. Dorme que nem um anjo.

Só acorda por volta das 16.00. Como hoje, a mãe só chega daqui a meia-hora, fico na 'conversa' com ele. Ri-se às gargalhadas com os sons que faço. Noto que cada dia que passa, a relação pai-filho sai fortalecida. Cada gargalhada dele é um ano de vida que ganho. Não existe maior prazer do que ouvi-lo a rir. Não troco estes meus 10 dias com ele por nada deste mundo!

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