Dia 4. Há dias assim. Se ontem eu não acordava, hoje ele não adormecia. Já não me lembrava de noites quentes como estas desde os meus 20 anos em que passava noites em claro devido ao calor. O meu filho tem menos sorte, tem 5 meses e para ele as noites já começam a ser mais curtas. Hoje acordou ás 8 da manha para comer e pouco dormiu depois. Eu acompanhei-o. Eram 10.30 AM e já se encontrava no colchão de actividades. Aproveitei para tomar um duche de água fria. Enquanto ele brincava resolvi ir ver o que se passa pelo mundo, através da televisão. As imagens dos incêndios em Portugal continuam a preencher o ecrã da televisão. Agora é em Aljezur.
Resolvo dar-lhe a refeição mais cedo. Às 12.15 já estava tudo pronto para a ‘pior’ hora do dia. Ele sorri como se adivinhasse o meu stress. Ponho-o ao meu colo para as primeiras colheres. Começa a resistência do costume. Agora ganhou o hábito de inclinar a cabeça completamente para trás. Faz-me impressão este movimento dele. A minha dificuldade em lhe dar a papa deve fazer aumentar a temperatura. Está bastante calor! Faço uma pausa para limpezas. Esta hora do dia é a aula de pintura corporal! São tantos os salpicos de papa no corpo dele e no meu, que repoduzimos autênticos quadros de Miró. É por isso que sempre que acaba a refeição fico com a dúvida se ele comeu o suficiente. Amanha levo-o à farmácia para controlar o peso dele. Sento-o agora na cadeira. Numa mão levo a colher e na outra a chupeta. Quase que resulta não fosse ele levar o babete à boca. Bonito serviço! Passámos para a aula de pintura facial. Nova pausa para limpeza. Amanha, se calhar, utilizo o biberão para lhe dar a papa. Recomeço. A muito custo lá vou conseguindo que ele coma. Já são 13.15 e ainda falta um bocado. Tenho de lhe dar tudo para compensar o desperdício. Noto que ele já está farto. Começa a chorar. Aproveito a boca aberta para lhe dar as ultimas colheres. Ufffa!!! Por hoje já está!
Levo-o para o quarto para limpa-lo com uma esponja e mudar-lhe a fralda. Recomeça o choro. Fico na dúvida se por causa do calor ou se ficou com fome. Assim que lhe dou uma fralda para brincar, esquece-se de chorar. Quer é mimo. São 63 cm de manhas! Limpeza feita, fralda mudada é hora de dar água através do biberão. Ele percebe, porque a reacção imediata é abrir a boca. Faz mais, agarra no biberão. Bebe com prazer. Controlo a quantidade. Bebeu cerca de 30 ml. Já chega. Durante o dia vou-lhe dando mais.
Pô-lo a dormir está fora de questão. Os seus olhos muito abertos e curiosos indicam-me que está ai prás voltas. Levo-o para a sala, para a espreguiçadeira. Ligo a TV. É o fascínio pela televisão.
Duas da tarde e começo a almoçar. Ele encontra-se entretido a ver televisão ao mesmo tempo que ‘mastiga’ um boneco. Estes bonecos de borracha são óptimos para quando vierem os dentes, mas isso fica para outras crónicas.
São 14.30 e noto que ele começa a ficar com sono. Os sinais característicos são: cabeça inclinada e agarra na fralda de pano. Agora sim, está na hora de o levar para cima. Como baixei a tela da janela, o quarto dele está mais fresco que o resto da casa. Ponho-o na cama e coloco uns bonecos suspensos por cima da cabeça dele. Sempre gostou destes bonecos. Deixo-o ficar. Quando adormecer, deve dormir quase até a mãe chegar. Vou aproveitar para limpar a cozinha. Quando entro, deparo-me com um cenário de guerra. Existe papa em todo o lado. No chão, na cadeira, na mesa. O babete encontra-se completamente empapado. Quase um rolo de toalhas de papel que foi utilizado encontra-se amarrotado sobre a mesa. Perco à vontade 15 minutos nesta tarefa. Há dias assim, felizmente não são todos os dias.
Quando termino vou vê-lo. Encontra-se a dormir. Aproveito para ir até à Internet. Optimista, penso que amanha será um dia melhor!
terça-feira, agosto 12, 2003
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