NOTAS BEDEFILAS 7



Fez ontem 100 anos que nasceu um senhor chamado Edgar P. Jacobs. Para os mais distraídos, trata-se do criador da dupla mais famosa da BD franco-belga, o capitão Francis Blake e o professor Phillip Mortimer. Ao longo dos 12 álbuns publicados, em 40 anos, repara-se na obsessão do autor pelo rigor e pelo detalhe (motivo a que se deve uma tão curta bibliografia), na grandiosidade do seu desenho e na sua visão científica futurista. A título de curiosidade, refiro que uma das aventuras de Blake e Mortimer onde se reúnem estas três características, conta-se no álbum “O Enigma da Atlântida”, cuja acção passa por Portugal, mais concretamente pela Ilha de S. Miguel nos Açores, onde se inicia e termina a aventura.

Felizmente, para os apaixonados de banda desenhada, Jacobs nunca colocou entraves a que os seus personagens sobrevivessem à sua morte, por isso as aventuras destes dois heróis ainda hoje continuam, tendo sido, no início deste ano, publicado pela Editora Meribéria/Liber o mais recente álbum, intitulado “Os sarcófagos do 6º continente, Tomo 1 – A ameaça universal” dos autores Yves Sente e André Juillard, que têm o mérito de continuarem o legado, inovando e não revolucionando e com isso respeitarem o espírito da obra.

Saudações Bedéfilas

TOLICES DE UM VELHO

O combate ao terror está na ordem do dia. Segundo o SIS, o terrorismo caracteriza-se “pela indiscriminação das vítimas a atingir, pela generalização da violência, visando, em última análise, a liquidação, desactivação ou retracção da vontade de combater do inimigo predeterminado, ao mesmo tempo que procura paralisar também a disponibilidade de reacção da população". Resumindo, o terrorismo ‘alimenta-se’ do medo. Diz-nos a história que a única forma de o combater é não cedendo, não negociando. Basta olhar para a acção do Estado espanhol no combate à organização terrorista ETA ou lembrar-nos dos exemplos italianos (Brigadas Vermelhas) ou alemão (Baader Meinhof) nos anos 70, para perceber qual o caminho a percorrer no combate ao terror. As palavras de Mário Soares defendendo o diálogo com organizações terroristas como a Al-Qaeda, são coerentes com o seu passado político, que inclui a negociação e entrega das ex-colónias a “terroristas”, que assassinaram centenas de civis portugueses de forma indiscriminada e a vergonhosa promoção de uma amnistia para os “terroristas” das FP-25 de Abril, lembram-me disparates de alguém que numa fase de declínio pretende manter-se sob as luzes da ribalta. Lembram-me também tolices de um velho.

SE NÃO ACONTECEU, PODIA TER ACONTECIDO

Leio no Inimigo Público que, segundo fontes celestiais, “o Xeque Ahmad Yassin (apesar de ter sido desfeito em pedaços pelos israelitas) ainda não teve direito às suas 70 virgens, por ainda não ter conseguido entrar no Paraíso, uma vez que o local ainda não se encontra adaptado às necessidades dos deficientes motores, não dispondo de qualquer rampa de acesso (…)”. É por causa destas noticias e doutras, que fico com a estranha sensação que estou a ser observado, quando me desato a rir sozinho, num metropolitano cheio de passageiros.

ABDO, 14 ANOS, ENVIADO PARA MORRER

Depois disto, será que ainda existe gente que quer dialogar com terroristas ?

POLITICAMENTE INCORRECTO

FOI VOCÊ QUE PEDIU FORMAÇÃO?

Ando em mais uma semana de formação. Neste primeiro trimestre, já tive mais horas de formação que durante todo o ano passado. Como são acções de formação financiadas por fundos da União Europeia, das duas uma, ou Bruxelas, para este ano, abriu os "cordões à bolsa" ou então, deve-se estar a gastar os últimos euros de algum financiamento cuja verba não se esgotou no fim a que se destinava. Em qualquer dos casos, se Bruxelas dá, o melhor é aproveitarmos. No entanto, apesar da informação transmitida nestas formações ser, por vezes, de algum interesse, a sua aplicabilidade imediata é bastante limitada. Afinal qualquer semelhança entre as necessidades de formação que indico, através de um questionário, no início do cada ano e a formação que recebo ao longo desse ano é mera coincidência. Independentemente da qualidade da formação, o n.º de horas de frequentadas garante-me que sou um funcionário bem formado, mas será que estou bem informado?

XEQUE-MATE

Hoje Israel eliminou o Xeque Ahmed Yassin. Não lamento e desconfio que não deixa saudades. Este Xeque, fundador e líder espiritual do Hamas, não vivia para defender a paz mas sim para assistir à destruição do Estado de Israel. Falava em guerra santa quando incentivava a prática de atentados terroristas através da utilização de suicidas-bombistas contra alvos civis. Legitimava este tipo de acções, dizendo que lutavam com as únicas armas que tinham. No legítimo direito de defesa, também Israel utilizou hoje as suas armas. Felizmente para o mundo livre, hoje o terrorismo perdeu hoje um dos seus principais mentores.

O CRISTO DE GIBSON



Movido apenas pela curiosidade, resolvi ir ver “A Paixão de Cristo” de Mel Gibson. Por já ter lido sobre a polémica, que acho que funcionou muito bem para efeitos de marketing, já esperava uma narração forte, em termos de imagens. Sinceramente, achei o filme de uma violência desproporcionada. Céptico relativamente aos acontecimentos sobre a vida de Cristo tal como se encontram narrados nos Evangelhos, considero que o realizador, sem acrescentar nada de novo à história, imprimiu demasiado a sua fé na obra, centrando o filme em imagens de sofrimento (paixão?) que ultrapassam todos os limites humanos. O Cristo de Gibson personifica o fanatismo religioso e serve perfeitamente os propósitos de uma igreja católica manipuladora, que aliás não impôs qualquer censura, apesar da extrema violência do filme. Não sei se os fins justificam os meios, mas parece-me ter sido essa a intenção do realizador. Eu continuo a preferir o Cristo de Scorcese, que talvez se aproxime mais da realidade, por nos dar uma faceta mais humana da figura de Jesus Cristo.

QUANDO AS DEMOCRACIAS RECUAM



Uma das primeiras medidas anunciadas pelo novo Primeiro-Ministro espanhol, foi o da retirada das forças espanholas do Iraque. Convém aqui referir, que a questão da guerra do Iraque já nem aqui se coloca, uma vez que o PSOE vê-se perante um facto consumado: a guerra realizou-se. O que está agora em causa no Iraque é o período de transição para uma democracia. A medida agora anunciada, consequência lógica do atentado terrorista de Madrid, revela-se então como uma cedência perante o terror, ou seja, as bombas produziram os seus efeitos. Infelizmente para as democracias ocidentais, nas eleições espanholas, foi o medo e não a mentira que decidiram o vencedor. Assim, quando a rebentar a próxima bomba, seja em Lisboa, Londres ou Roma, o povo espanhol terá a sua quota de responsabilidade, por que quando se lhe pedia que se mantivessem firmes na linha da frente, preferiram recuar e assim abrir as portas da Europa para o terrorismo condicionar eleições, derrubar governos e pior ainda matar inocentes. Nas sociedades democráticas, os cidadãos só devem ter medo do seu próprio medo.

DENTES E NOZES

Hoje um colega que esteve duas semanas em trabalho no Reino Unido, falava-me da surpresa e admiração dos ingleses quando ele os informou que em Portugal as declarações de impostos eram entregues pela internet. A impressão dos ingleses, dizia-me ele, é que Portugal é um dos países mais avançados no que respeita à utilização das novas tecnologias. No país real, a realidade é que hoje, no último dia para entrega das declarações de rendimentos de IRS de trabalhadores dependentes, formavam-se filas nos postos de atendimento da DGCI. As estatísticas revelam que apenas 207.580 contribuintes (à data de hoje) optaram por entregar a sua declaração de IRS por via electrónica, nesta primeira fase.

A VITÓRIA DO TERRORISMO

No final do dia de hoje, fui surpreendido pela vitória do PSOE nas eleições espanholas. Lembro-me que pouco mais de dez dias atrás, a questão central era se o Partido Popular iria ou não obter a maioria absoluta, dado que a vitória era mais que certa. Afinal, face à vitalidade da economia espanhola, um oásis numa Europa em recessão, conseguida nos anos de governação de J. M. Aznar, a aposta na continuidade revelava-se a decisão mais acertada. Poderia questionar-se a politica de apoio à guerra no Iraque, mas nunca a luta contra o terror. Mas bastou um acto de cobardia, para condicionar o voto nas urnas, e em três dias perdeu-se o trabalho de oito anos. Nas eleições espanholas, o coração suplantou a cabeça e assim o terrorismo venceu!

O DIA SEGUINTE



ETA ou Al-Qaeda? Para os políticos a questão interessa, para nós a merda é a mesma!!!

11

Mais que um número, a coincidência é brutal. Mais um dia 11 que passa a ser associado um acto infame. Vejo as imagens e confesso que tenho alguma dificuldade em compreender quais os ganhos obtidos com actos terroristas contra alvos civis, sejam eles praticados em Madrid, Nova Iorque ou Jerusalém. Qualquer bandeira que use o terrorismo é uma causa perdida. Matam mil, ganham o ódio de um milhão. Quanto aos culpados deste novo acto cobarde, apenas um desejo: que sejam todos punidos!

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Em sociedades evoluídas não percebo a necessidade de existir um dia especial da mulher, excepto talvez por razões comerciais, como aliás acontece como todos os outros dias comemorativos. Seja como for, aqui presto a minha homenagem ao mais belo ser que a natureza produziu…

PENSAMENTO

"a forma tem primazia sobre a substância num mundo dominado por imagens"

Daniel Boorstin (1914-2004)

AVISO DE UTILIDADE PÚBLICA



Impressionado com elevado número de saudosistas recebidos neste canto, leia-se pesquisadores por “Conan, o Rapaz do Futuro”, e atendendo ao sentido de responsabilidade pública deste blog, vêm o seu autor informar sobre o excelente site disponível na Internet sobre a referida série de desenhos animados, que permite ir matando saudades enquanto não chega Abril, no qual está previsto o lançamento dos treze primeiros episódios da série em dvd. Faltam 24 dias para o final do mês...

“DEJA VÚ”



Começou uma nova temporada de F1 (finalmente!). Com novos circuitos, novos pilotos e … novo regulamento. Mas quando se tem o melhor piloto na melhor equipa, não há regras que alterem a verdade dos factos. Assim, para começar, (mais) uma vitória no circuito australiano e está dado o mote para o resto do ano. Interesse? Sim, há sempre a curiosidade em saber quem vai ocupar o segundo lugar no pódio!

LISBOA, 6 DA TARDE

ORGULHO

Por ter estado com o servidor da Internet ‘em baixo’, só agora consigo registar aqui no blog, as palavras que espelham o meu estado de espírito, depois de assistir ao jogo do Benfica na Noruega a contar para a taça UEFA. Nervoso parecia a palavra certa, mas não, orgulho é o que melhor retrata o meu estado d'alma benfiquista. Por vezes sinto que torço pelo mais pequeno, numa luta de David contra Golias, ou que não tinha necessidade de passar por isto, mas desconfio que o prazer está intimamente ligado à dor. Foram mais de 45 minutos sofridos, onde por vezes não conseguia olhar para o televisor. Aqueles 10 jogadores, depois da estúpida (por culpa própria) expulsão de Nuno Gomes, deram tudo o que tinham e fizeram um grande jogo. Foram uns bravos, uns heróis. A nação benfiquista está-lhes agradecida. Está orgulhosa da sua equipa. Força Benfica!

O SENHOR DOS ÓSCARES