terça-feira, novembro 11, 2003

Não pagamos!

Tenho assistido ultimamente às manifestações dos estudantes das Universidades públicas contra a fixação das propinas até a um valor máximo de 852 euros/ano. Em suma, a contestação é sobre o valor aproximado de 85 euros por cada mês de aulas. Se tomarmos por exemplo, que a formação de um médico custa em média aos cofres do Estado, leia-se a todos os contribuintes portugueses, uma média de 12.500 euros/ano, será o valor máximo da propina um valor elevado?
Basta sair à noite em qualquer dia da semana, para ver como se gasta 85 euros por mês (é copos, é tabaco, é gasolina). Também eu já fui estudante (e que saudades tenho dessa rica vida!) e confesso que só dei o devido valor ao custo da propina quando comecei a trabalhar e a pagar os meus estudos. Foi remédio santo, ‘despachei’ a licenciatura num instante.
Ouço o slogan “não pagamos!” e pondero no que será realmente considerado elevado: o valor da propina mensal ou o custo das saídas à noite? Se esta geração utilizasse a cabeça para pensar, as manifestações com os slogans de “não pagamos!” transferiam-se das ruas de Lisboa para as portas dos bares e discotecas por esse país fora!

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