quarta-feira, dezembro 17, 2003

UM ESTRANHO ESTADO DE COISAS: Ciclicamente, uma onda de hipocrisia, varre este pais. Vivemos num Estado, que se julga de direito, mas que afinal escreve por linhas tortas. Desta vez, é a opção da mulher sobre o seu corpo que se encontra a ser julgada. A liberdade de escolha encontra-se mais uma vez ferida. Poderá existir maior crime do que "obrigar" a trazer a este mundo uma criança, que não sendo desejada pelos seus progenitores, será eventualmente alvo de abandono ou de maus-tratos? Que argumentos terão os pró-vida para a negação dos Direitos desta criança?

Como pode o Estado criminalizar a escolha da mulher, que motivada por factores de ordem económica ou social, pratica um aborto de espontânea vontade e ao mesmo tempo não punir a interrupção voluntária de gravidez em caso de violação. Que diferença existe entre estas duas crianças não desejadas?

E o que dizer sobre a posição da Igreja Católica, que se por um lado reafirma a sua posição contra o aborto, por outro, condena o uso do preservativo.

Olho para este Estado de contradições e pergunto-me se todos os cidadãos têm a mesma dignidade social? Tenho dúvidas!

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