domingo, fevereiro 29, 2004

O CAIXOTE

Sempre vi as eleições europeias como uma forma dos nossos partidos premiarem, pela fidelidade, ou castigarem, pela divergência, os seus militantes mais ilustres, sob forma de “férias douradas” ou “exílio dourado”, respectivamente. A imagem que tenho do Parlamento Europeu é mesmo de um ‘caixote’ para onde se manda alguém de que não se quer saber nos tempos mais próximos. Reforça-me esta imagem, o facto de nunca ter tido o eco da prestação dos nossos euro deputados em Bruxelas. Em Portugal, observo que as ‘europeias’ reduzem-se à avaliação da politica do Governo. Tanto para o partido no poder como para a oposição, as ideias sobre a Europa aparecem num plano inferior. A escolha das listas reflecte bem a intenção de cada partido. Gosto de olhar para os nomes e tentar adivinhar quem vai premiado ou quem vai castigado. Por opção, pertenço ao partido da abstenção. Exercia o meu direito cívico, se pudesse votar em todos. Como eu gostava de mandar todos, sem excepção, para o caixote!

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