sábado, abril 10, 2004

7.000.000

Não, não é o número de portugueses que não declaram a totalidade dos seus rendimentos ao fisco. Este número representa o prémio maior prémio de sempre do totoloto, de acordo com o marketing da Santa Casa da Misericórdia, e "anda à roda" este sábado. Para o comum dos mortais, existe alguma dificuldade em absorver um número tão grande, e assim se justifica a simplicidade e humildade das respostas à pergunta: o que fazia com o dinheiro se ganhasse? Uns acabavam de pagar a casa, outros ajudavam os filhos, outros ainda provavelmente ficavam num hotel melhor da próxima vez que fossem de férias para o Algarve! Eu, sinceramente, reformava- me. Aos 33 anos parece-me uma boa idade. Não trabalhava mais nesta vida nem nas outras que se seguissem. De seguida trocava de carro. O meu já têm alguns anos e o Porsche 911 Carrera Cabriolet “enche-me as medidas”. O camarote no Estádio da Luz também estava garantido. Um monte no Alentejo também me parecia bem, uma casa modesta desenhada “à medida”, que incluiria obrigatoriamente uma sala de estar equipada com equipamento de som e imagem Bang & Olufsen, uma sala de jogos com mesa de snooker e matraquilhos, um salão para festas, uma piscina coberta e um campo polidesportivo. De vez em quando para fugir ao stress da cidade, tirava férias durante um ano. Para começar, provavelmente escolhia a rota das praias: Porto Santo, Caraíbas, Bora-Bora, Austrália, Bali, Maldivas e Dubai. De resto, vivia de rendimentos das aplicações financeiras e distribuia o meu tempo entre ver o meu filho crescer, cinema e banda desenhada. Prometo ainda manter este blog em dia. Espera-me uma vida simples, portanto!

Vamos lá a ver se a Santa Casa não troca os números que lhe entreguei!

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