sexta-feira, abril 02, 2004

PARA ONDE VAI MONSANTO?

O Parque Florestal de Monsanto, criado em 1936 pelo arquitecto Keil do Amaral, constitui ainda hoje a maior mancha verde da cidade de Lisboa. Com uma área sensivelmente de mil hectares, pertença de milhares de cidadãos como local de escape e lazer, contribui, ainda, de forma decisiva para o equilíbrio climático e a libertação da poluição da cidade de Lisboa. Acontece que o actual Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, não consegue ter uma visão virada para o futuro (se calhar está aqui a diferença entre um politico e um estadista), não reconheçe a riqueza da floresta, requalifica-a como parque urbano, considerando que no meio de tanto verde ficava bem umas construções em betão. Assim para Monsanto está previsto um hipódromo (100 hectares), um ringue de patinagem, uma pista de automóveis telecomandados, um campo de ténis, uma urbanização (13 hectares), o aumento da área do campo de tiro e a cereja no topo do bolo que é a Feira Popular. Acresce ainda a inevitável construção de estruturas de apoio como parques de estacionamento, o que implica a destruição de árvores, impermeabilização dos solos e destruição de locais e ecossistemas únicos para toda a área metropolitana de Lisboa. Face a esta fúria construtora torna-se legitima a seguinte pergunta: se todos estes equipamentos vão para o Parque Urbano de Monsanto, para onde é que vai o Parque Florestal de Monsanto?

Caro Santana Lopes, se quer deixar ‘obra feita’ à cidade, esqueça lá o túnel do Marquês, o casino de Lisboa ou os teatros do Parque Mayer e deixe-nos ficar com o nosso Parque Florestal (porque nunca é demais dize-lo) de Monsanto intacto!

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