quinta-feira, fevereiro 17, 2005

RAZÃO PARA UM NÃO VOTO EM BRANCO

Uma das alternativas para o exercício do dever de cidadania no próximo dia 20 é votar em branco. Chamam-lhe o voto de protesto. Eu acredito que esta designação serve apenas para ‘aliviar’ as consciências dos nossos políticos, uma vez que o voto em branco nas legislativas portuguesas corresponde a apenas 1% do total de eleitores. Ou seja, inexpressivo. O objectivo passa por valorizar o ‘protesto’ de 55.000 portugueses para desvalorizar a importância dos 3.177.500 que ‘não querem saber’. Também Saramago tentou dar mais importância do que aquela que o voto em branco realmente merece. É notório que perante as dificuldades sentidas pela grande maioria da população portuguesa, o voto em branco nas eleições legislativas, pelos seus números, nunca poderá reflectir qualquer voto de protesto. Votos de protesto com estes números, provavelmente, só em países nórdicos. Eu suspeito que o ‘nosso’ voto em branco representa somente os eleitores, provavelmente de idade mais avançada, que na cabine de voto verificam que se esqueceram da cábula em casa. Assim, conscientemente e sem qualquer dúvida, e atendendo que ainda estou nos ‘trinta’, não voto em branco, aliás o meu voto de protesto é simplesmente não o exercer.

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