segunda-feira, janeiro 31, 2005

RECIPROCIDADE

Primeiro, tenho uma paixão pelo cinema. Segundo, não tenho qualquer preconceito contra o cinema português. Apenas sou da opinião que o cinema português não presta. Como gosto de dar na medida em que recebo, simplesmente abdico de ver filmes portugueses. Tempos houve em que caí na asneira de perder o meu tempo, mas depois, farto de tão más fitas, aprendi a lição.

Assim, os números revelados hoje pelo Instituto do Cinema Audiovisual e Multimédia (ICAM), onde se refere que durante o ano de 2004, o cinema português ainda atraiu cerca 193.197 espectadores às salas de cinema, surpreenderam-me. Pergunta: tantos espectadores? Críticos, borlistas, por convite ou obviamente enganados, só pode, digo eu.

Até porque pensava que a relação dos portugueses com o ‘seu’ cinema, tivesse ficado bastante afectada com o episódio ocorrido à uns anos atrás, quando o cinema português subsidiado ofereceu aos seus espectadores uma pérola negra cinematográfica, intitulada de ‘Branca de Neve’. Quando confrontado com a indignação das pessoas que tinham pago bilhete para assistir a 75 minutos de ecrã negro, o realizador João César Monteiro (JCM) afirmou: “o público português que se foda!”. A mim, estas palavras não me incomodaram, até porque sempre preferi a versão americana, da Disney.

Mas ironicamente, perante os números agora divulgados, não posso deixar de pensar, como afinal JCM estava cheio de razão: o cinema português não merece o público português. E como o sentimento é recíproco, acrescento eu, o público português também não merece o cinema português!

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